Maria José Rocha Lima[1]
“Sou uma mulher que o tempo me ensinou. Ensinou a amar a vida, não desistir de lutar, renascer na derrota, renunciar as palavras e pensamentos negativos, acreditar nos valores humanos e a ser otimista. Digo o que penso, com esperança penso no que faço, com fé faço o que devo fazer com Amor.” Cora Coralina.
Uma lição da psicóloga e amiga Rivaneide Maia, a quem homenageio, foi extraída de uma sublime mensagem por ela oferecida no Dia da Mulher. Depois que eu desfiei a relação de grandes feitos das mulheres, entre os maiores da história da humanidade, ela nos ofereceu uma amorosa mensagem, acompanhada do poema Mulher, de Cora Coralina, do qual destaquei alguns versos em epígrafe, exaltando o amor, a bondade, a justiça, a solidariedade, a fé, a coragem para enfrentar os desafios da vida e aprender mais e mais sobre o amor e sobre a bondade. Eu deduzi da mensagem que sobre a genialidade das mulheres, estas não precisam provar nada a senhor ninguém. As mulheres precisam explorar o que de melhor podem fazer pela humanidade na dimensão noética, espiritual. Nesse campo, sim, a mulher pela apurada sensibilidade pode se diferenciar no serviço de (re) humanização dessa “humanidade” desencantada, hedonista, egoísta, descrente, vitimada pela solidão, pelo tédio, pelo vazio existencial, pela drogadição, pela secularização, pelo desamor, pela vontade desesperada de sucesso, dinheiro e poder.
Mas não guardei a minha lista, porque quero mostrar que nas ciências as mulheres não estão nada a dever aos homens, porque, embora em menor número nas premiações, elas realizaram as grandes descobertas da história. Marie Curie (1867-1934) foi a cientista que conduziu pesquisas pioneiras sobre radioatividade e ajudou a desenvolver o raio – X. Ela tornou-se a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel. A pioneira da computação Ada Lovelace (1815-1852) foi a primeira “programadora” do mundo. Ela e o inventor Charles Babbage trabalharam em sua ideia de uma “máquina analítica” nos anos 1800. Emmy Noether descobriu a álgebra abstrata- um novo e importante campo da Matemática Moderna, que deu as bases para a Teoria da Relatividade de Einstein. A geneticista Bárbara Mcclintock (1902-1992) revolucionou a genética. Ela foi vencedora do prêmio Nobel de Fisiologia / Medicina de 1983 pela descoberta dos elementos genéticos móveis, que causam o fenômeno conhecido como transposição genética. É considerada, ao lado de Gregor Mendel e Thomas Hunt Morgan, uma das três mais importantes figuras da história da genética. Lise Meitner decifrou a experiência do século XX, explicando que o núcleo atômico pode ser seccionado e liberar enormes quantidades de energia. Em 1952, a pesquisa de Rosalind Franklin ajudou a criar uma imagem que permitiu entender a estrutura de dupla hélice do DNA. E as cientistas Gertrude Elion, Janet Rideout, Sandi Lehman deram as bases para a descoberta do AZT a Zidovudina (azidotimidina), um fármaco utilizado para o tratamento da AIDS.
[1] Maria José Rocha Lima é mestre em educação pela UFBA e doutora em psicanálise. Foi deputada de 1991 a 1999. É presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. É da Organization Soroptimist International- SI Brasília Sudoeste. Sócia Benemérita da Hora da Criança.