segunda-feira, 24/02/25
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Governo garante que crédito para evitar crise com bancada ruralista será computado dentro do arcabouço fiscal

Até aprovação do Orçamento da União, medida provisória vai garantir recursos para subsidiar crédito agrícola de médios e grandes produtores rurais.

Radares de previsão do tempo prometem ajudar agricultor a planejar até uma safra inteira — Foto: Caminhos do Campo/RPC

 

Por g1 e GloboNews — Brasília

Diante de uma nova crise fabricada pela falta de sensibilidade política de técnicos do Ministério da Fazenda, o governo vai editar uma medida provisória (MP) com R$ 4 bilhões de crédito extraordinário para bancar o subsídio de juros do crédito agrícola de médios e grandes produtores rurais.

➡️Os recursos, porém, não vão ficar fora do arcabouço fiscal — a nova regra para as contas públicas aprovada em 2023.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que o crédito extraordinário é só uma solução temporária até a aprovação do Orçamento da União.

Quando for aprovado, os recursos serão computados dentro do Orçamento. Nesta sexta-feira (21), Dario Durigan passou o dia conversando com líderes da bancada ruralista garantindo que tudo seria resolvido.

A bancada ruralista, tão logo soube da suspensão das linhas de crédito, começou a criticar o governo.

As críticas foram feitas tanto na direção do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

👨‍🌾 O Plano Safra 2024/2025 é o maior programa de crédito rural do país, que inclui linhas para pequenos, médios e grandes produtores. É um programa de crédito que oferta dinheiro e cobra juros, por isso, o custo muda quando a taxa de juros do país sobe, como aconteceu em janeiro e nos meses anteriores.

👨‍🌾 As linhas de crédito para produtores maiores foram suspensas nesta quinta-feira (20). As linhas para a agricultura familiar, segundo o governo, seguem ativas. Quando a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi enviada ao Congresso, em abril de 2024, a Selic estava em 10,75%. Atualmente, está em 13,25% ao ano.

Tesouro não alertou Planalto

A suspensão dos recursos pelo Tesouro Nacional ocorreu porque o Orçamento Geral da União ainda não foi aprovado, e não havia mais recursos disponíveis dentro do limite de gastos de 1/12 para garantir o pagamento da diferença entre os juros mais baixos do crédito rural e os cobrados pelos bancos.

Houve, porém, uma falta de sensibilidade política da parte dos técnicos do Ministério da Fazenda.

Segundo assessores presidenciais, o Tesouro deveria ter feito o alerta ao Palácio do Planalto antes de enviar comunicado aos bancos informando que estava suspendendo a operação de equalização de juros do crédito rural.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) foi pego de surpresa e determinou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrasse uma solução rápida, que foi a edição da MP abrindo crédito extraordinário com esse objetivo.

Inicialmente, Haddad informou que conversaria com o Tribunal de Contas da União (TCU) para pedir uma autorização para fazer os gastos até a aprovação do Orçamento Geral da União.

O TCU, porém, não deu o aval, lembrando que já havia feito isso no caso do Programa Pé-de-Meia.

Segundo o presidente do tribunal, Vital do Rêgo, isso não pode se transformar numa prática usual e lembra que o governo terá de colocar os recursos do Pé-de-Meia dentro do Orçamento Geral da União.

 

 

 

 

 

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