O governo do Distrito Federal (GDF) reajustou a tarifa técnica das empresas de ônibus, do transporte público da capital. A mudança foi anunciada no Diário Oficial do DF, desta quinta-feira (15), e significa que o valor que o governo paga para essas empresas irá aumentar em R$ 220 milhões por ano.
No entanto, apesar da revisão de valores, o preço da passagem não sofrerá aumento, segundo a Secretaria de Mobilidade. O repasse é retroativo ao mês de julho e deverá ser usado para financiar a operação das companhias.
Segundo o GDF, o valor que o passageiro paga pela passagem não é suficiente para cobrir os custos da viagem, e para as empresas não aumentarem o preço cobrado, o governo completa a diferença.
O que dizem as empresas
Em nota, a empresa Viação Pioneira afirmou que a revisão tarifária está prevista em contrato e deve ser realizada sempre que necessário. “A pandemia acentuou o desequilíbrio, pois a reduziu o número de passageiros, mas continuamos operando com 100% da frota para garantir a proteção com os passageiros e rodoviários”.
Segundo a Expresso São José, a pandemia aumentou as despesas da empresa e a receita teve uma queda média de 60%, sendo que nas primeiras semanas da crise a redução chegou a 80%. “Mesmo com a queda no número de passageiros a empresa seguiu todas as determinações da Secretaria de Mobilidade e manteve 100% da operação”.
“A tarifa não foi reajustada, mas revisada com base no contrato. Todas as revisões anteriores foram em desacordo com o contrato e edital. E essas distorções foram corrigidas.”
A empresa Marechal disse que solicitou cópia integral do processo que levou à revisão da tarifa técnica e somente após análise poderá se manifestar.
A Urbi foi a única empresa que sofreu diminuição nos repasses, como uma correção, segundo a Secretaria de Mobilidade.
Em nota, o GDF disse que o reajuste faz parte da avaliação do equilíbrio financeiro dos contratados, iniciado em julho de 2019 e que foi concluído neste ano.
Aumento no preço da passagem
Em janeiro deste ano, o GDF anunciou um aumento no valor das passagens de ônibus na capital, justificando que havia desequilíbrio entre a tarifa cobrada dos usuários e o custo do sistema como um todo.
No entanto, os deputados distritais acionaram a Justiça contra o reajustee pediram a suspensão imediata do aumento, em ação popular.
Uma semana depois do anúncio, o governo reduziu em R$ 0,05 os preçosde duas categorias de passagens de ônibus. Assim, as tarifas de linhas de curtas distâncias, que foram reajustadas para R$ 2,75 e R$ 3,85 passaram a ser, respectivamente, R$ 2,70 e R$ 3,80.
Segundo o governo local, a decisão foi tomada após reclamações de passageiros, que citavam dificuldades no troco dessas linhas. As passagens de longa distância e do metrô, que custam R$ 5,50, continuaram com os mesmos valores.