Novo chefe da pasta é diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Ele vai suceder Roberto Freire (PPS), que deixou o cargo em 18 de maio
O Palácio do Planalto confirmou nesta quinta (20/7) o nome do atual diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Sérgio Henrique Sá Leitão Filho, como o novo ministro da Cultura. Jornalista, ele atuou como secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro e presidente da Rio-Filme. No primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), chefiou o gabinete do então ministro da Cultura Gilberto Gil e foi secretário de Políticas Culturais da pasta.
Na diretoria da Ancine desde abril deste ano, Leitão é ligado também ao ex-ministro da Cultura Roberto Freire (PPS), que deixou o cargo no último 18 de maio, logo após a divulgação da delação da JBS.
A nomeação de Leitão para a Cultura contou com o apoio do cineasta Cacá Diegues, de quem Temer é muito próximo e com quem conversou nas últimas semanas sobre a indicação.
Cacá e outros artistas, como a atriz Suzana Pires e o cineasta Vladimir Carvalho, participaram da sessão da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado que aprovou a indicação de Leitão para a Ancine em abril.
Cobiça
O cargo de ministro da Cultura vinha sendo cobiçado por deputados, como Cristiane Brasil (RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB. Em reunião nesta quarta-feira (19), no Palácio do Planalto, porém, Temer avisou a Jefferson e a Cristiane que não iria nomear a parlamentar fluminense, pois já tinha convidado outra pessoa para o cargo.
“O presidente disse que a Cristiane tem sido uma guerreira, mas que já tinha convidado outra pessoa. Pediu que a gente não ficasse com raiva. Disse que, da minha parte, não havia problema”, afirmou Jefferson ao sair do Palácio do Planalto. Delator do escândalo do mensalão do PT, o ex-deputado se reuniu com Temer junto com a filha, a convite do presidente da República.
O deputado André Amaral (PMDB-PB) também queria ser ministro da Cultura. Ele chegou a pedir ao líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), que intercedesse a favor dele. Contudo, o paraibano também enfrentou resistências. Com 26 anos, está em seu primeiro mandato como deputado, assim com Cristiane. Ele só assumiu o cargo efetivamente no parlamento em janeiro, após Manoel Júnior (PMDB) renunciar ao mandato para assumir como vice-prefeito de João Pessoa (PB).