JACQUELINE LISBOA/REPRODUÇÃO
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta terça-feira (20), em reunião com os 27 governadores das unidades da Federação, que assinou protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan.
De acordo com a pasta, os três acordos – AstraZeneca/Oxford, Covax Facility e Butantan-Sinovac – representarão 186 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 para os brasileiros, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021, já a partir de janeiro, na rede pública.
Segundo Pazuello, as doses serão distribuídas no território nacional por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Temos a expertise dos processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, afirmou o titular do Ministério da Saúde em nota divulgada pela assessoria de imprensa da pasta.
Politização da vacina
Nos últimos dias, a aquisição da Coronavac vinha sendo tema de desentendimentos entre o governo de São Paulo e o Executivo federal.
O governo paulista reivindicava investimentos para a compra da candidata à imunização que está sendo testada em vários unidades da federação – entre elas, o Distrito Federal – e será produzida pelo Instituto Butantan. O executivo federal, por sua vez, afirmava que acompanhava o desenvolvimento da vacina, mas que ela não teria preferência na aquisição.
Os governadores se uniram a João Doria (PSDB), ameaçando criar um consórcio para a aquisição da vacina e alguns cientistas também se manifestaram contra o que chamaram de “politização da vacina”.
O acordo anunciado nesta terça prevê investimentos de R$ 1,9 bilhão por parte do governo brasileiro na Coronavac . Em outra ocasião, o Ministério da Saúde já havia se comprometido a repassar R$ 80 milhões para ampliação dos laboratórios do Instituto Butantan, onde, em um momento seguinte, a vacina chinesa será produzida.