São Paulo – Líderes da base governista pretendem fazer uma convocação especial para garantir a presença maciça de deputados na semana do dias 10 e 11 de outubro, datas previstas para a votação da PEC do Teto no plenário da Câmara.
Parte dos aliados teme que o segundo turno das eleições municipais nas principais capitais e a véspera do feriado de 12 de outubro prejudiquem o quórum.
Mesmo com o fechamento de questão nas bancadas (mecanismo onde os parlamentares são orientados a vir e votar de uma determinada maneira sob o risco de serem punidos pelos partidos em caso de desobediência), há quem tema a ausência de parlamentares envolvidos com as campanhas eleitorais nos Estados.
A bancada paulista é a maior e tem 70 deputados, todos atuando nas campanhas regionais. Assim como em São Paulo, há chances de segundo turno no Rio de Janeiro e na capital mineira, o que poderia segurar – dependendo de quais candidatos estiverem na disputa – os deputados em seus Estados durante esse período crucial para o governo de Michel Temer.
“Estamos preparando as bancadas para votação em qualquer data, porém entendo que o melhor seria votar na primeira semana após o segundo turno para que não haja nenhum tipo de argumento eleitoreiro que possa atrapalhar as discussões”, propôs o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).
A data para apreciação da PEC do plenário foi escolhida por diversos fatores. Primeiro porque será uma semana antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Também foi levado em conta o fato de a data anteceder uma nova viagem internacional do presidente da República.
Os líderes concluíram que o ideal é votar o tema com Temer acompanhando de perto as discussões e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comandando a apreciação em plenário.
O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), defende que Temer use a cadeia de rádio e TV para apresentar a PEC à população. Consciente da gravidade da situação, o eleitorado cobraria de seus deputados a presença no plenário, afirma Pauderney.
O líder do DEM admite que o feriado poderia inviabilizar a votação. “Poderia até atrapalhar, mas é uma necessidade. Essa PEC é uma espécie de bala de prata (do governo), mas temos confiança de que os deputados virão votar”, disse.
O mais confiante no quórum elevado é o líder do PR, Aelton Freitas (MG). Para Freitas, os parlamentares estão sendo conscientizados de que se não votar logo a PEC, o País quebra.
“A eleição não atrapalha porque (a PEC) é prioridade. O País só tem essa saída, temos de ter foco”, afirmou.
Os líderes do PSDB e do PMDB, Antonio Imbassahy (BA) e Baleia Rossi (SP), dizem que dá para votar a PEC com quórum qualificado. Para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição em primeiro turno, são necessários 308 votos à favor.
“Haverá esforço concentrado, com trabalho redobrado dos partidos da base na próxima semana, para garantir o sucesso da votação”, garantiu o tucano.