A decisão foi depois que o goleiro foi flagrado pela reportagem da TV Alterosa com mulheres e bebida em um local, onde ele fazia alguns trabalhos, ao lado da Apac de Varginha
Por decisão da Justiça mineira, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza será transferido da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Varginha, no Sul de Minas, para a Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A decisão pela transferência foi devido a condenação de Bruno pela Justiça por falta grave após ser flagrado pela reportagem da TV Alterosa com mulheres e bebida em um local, onde trabalhava, ao lado da Apac de Varginha. O encontro foi marcado por meio do celular.
Por conta do episódio, ocorrido em outubro do ano passado, Bruno foi condenado por falta grave no dia 11 de fevereiro, pelo juiz Tarciso Moreira de Souza, 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha. Condenado por homicídio triplamente qualificado pela morte e desaparecimento do corpo de Eliza Samudio e pelo sequestro privado do filho, o goleiro estava próximo de ir para o regime semiaberto. Porem, com a falta grave, além de ser transferido para o presídio de segurança máxim, só deve ter direito a progressão de pena em 2023. Continua depois da publicidade
A decisão judicial para a transferência de Bruno Fernandes foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Prisional/Segurança Publica. Por meio de Nota, a Seap informou que na manha desta quarta-feira foi notificada da “decisão judicial que autoriza a transferência de Bruno Fernandes do Presídio de Varginha, no Sul de Minas. O órgão informou que ainda está em tratativas para a realização do procedimento, “que deve ocorrer nos próximos dias”. “Por questões de segurança, não é possível informar detalhes de transferência de presos, como datas e horários”, diz a nota da Seap.
Em reportagem exibida pela TV Alterosa em 18 de outubro do ano passado, o goleiro foi encontrado em um bar da Associação de Esportes, que fica ao lado da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), no horário em que ele deveria trabalhar. Ele estava na companhia de mulheres e, na mesa, havia uma lata de cerveja. Na troca de mensagens com as mulheres, o goleiro explicava onde fica o local.
Na semana anterior ao fato, a defesa havia encaminhado à Justiça de Varginha o pedido para que Bruno passasse a cumprir a pena no regime semiaberto. Em novembro, Bruno foi absolvido no processo administrativo disciplinar pela comissão Apac no ano passado, mas o entendimento da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha foi diferente.
Segundo a decisão judicial, Bruno contou em uma audiência que usou o celular de um encarregado da unidade que recebeu a ligação de mulheres que queriam conhecer o goleiro. “O reeducando em Juízo declarou que, de fato, fez uso de aparelho telefônico para marcar encontro com mulheres (‘as meninas’), com a finalidade de supostamente autografar camisas de fã, da época em que era jogador de futebol, estando em cumprimento de pena em regime fechado”, disse o juiz Tarciso Moreira de Souza.
Nesse sentido verifico que, o simples fato de utilizar aparelho celular, para a finalidade de marcar encontro com pessoa que não faz parte da família, bem como estar, na companhia de pessoas, sejam homens ou mulheres, que não guardam relação com o local em que prestava trabalho externo, estando o reeducando em cumprimento de pena em regime fechado, por si só já configura falta grave”, analisou.
O juiz também ressalta que a Apac de Varginha existe desde 1978, mas ainda não foi efetivada. “Não tem, ainda, uma sede terminada, não há convênio com o Estado de Minas Gerais. Ou seja, há apenas uma obra em construção, bem verdade que na fase final”.
Além de revogar a autorização para trabalho externo, o magistrado determina que “requisite-se vaga junto direção do presídio de Varginha/MG e a SEDS para transferência do reeducando já que declarou também possuir residência na comarca de Belo Horizonte/MG”, diz.
O advogado Fábio Gama informou que deixou a defesa de Bruno por opção própria em 18 de fevereiro. Agora o atleta é representado pela advogada Mariana Migliorini. O em.com.br tentou contato com a defensora, mas não conseguiu até a publicação desta reportagem.