Superintendente do Instituto de Cardiologia do DF, general Gislei, é cotado para assumir posto. Mudança ocorre após início da gestão do general Manoel Pafiadache na Secretaria de Saúde.
O presidente do Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Gilberto Occhi, pediu demissão do cargo, nesta segunda-feira (30). Para o lugar dele, foi indicado o general Gislei Morais, superintendente do Instituto de Cardiologia do DF (ICDF).
A mudança ocorre após o início da gestão do general Manoel Pafiadache na Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). Questionado em coletiva de imprensa nesta segunda, o secretário disse que Occhi alegou “questões pessoais” ao deixar o cargo.
À TV Globo, o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse que o ex-presidente “quis deixar o caminho aberto para a nova administração da saúde”.
A presidência do Iges-DF será assumida temporariamente pela vice-presidente Mariela Souza de Jesus. O nome do indicado para o cargo precisa ser aprovado pela Câmara Legislativa do DF (CLDF).
Polêmicas
A alteração na gestão ocorre em um momento de polêmicas sobre o instituto, que administra seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital, além do Instituto Hospital de Base do DF e o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Na semana passada, o Tribunal de Contas do DF suspendeu o pagamento de uma ajuda de custo, de R$ 4 mil a R$ 6 mil, que seria paga aos diretores da entidade. Os valores eram destinados a quitar despesas como plano de previdência privada, seguro de vida, telefonia celular, internet e plano de saúde.
O benefício foi instituído em meio a uma situação de crise financeira do instituto. O Iges-DF acumula uma dívida de R$ 370 milhões. Quatro meses antes, em abril, o valor era de R$ 250 milhões. O salto foi de 50% no período.
No início do mês, a CLDF aprovou um pacote de socorro à entidade, com abertura de crédito suplementar de R$ 107 milhões.
Além disso, no último dia 18, o Ministério Público do DF (MPDFT) e a Polícia Civil realizaram uma operação para apurar suposto superfaturamento na contratação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) pela entidade.
Ao todo, foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão. À ocasião, o Iges-DF informou que a ação mirou “contratos firmados em gestões anteriores” e que reforça ações de controle interno, como reforço de auditorias.
Gilberto Occhi
Gilberto Occhi assumiu o Iges-DF em março deste ano. Advogado, ele foi ministro da Saúde, durante a gestão de Michel Temer, e ex-presidente da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). Também atuou como ministro da Integração Nacional, entre 2015 e 2016, e das Cidades, em 2014.