Genial/Quaest: só esquerda desaprova megaoperação policial que matou 121 pessoas no RJ

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Rio de Janeiro (RJ), 30/10/2025 – Pessoas passam em moto na praça da Vila Cruzeiro ao lado de barricadas que foram colocadas para conter avanço de policiais durante a Operação Contenção. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Como resultado, a aprovação do governador Cláudio Castro cresceu dez pontos porcentuais após a megaoperação

Rio de Janeiro (RJ), 30/10/2025 – Pessoas passam em moto na praça da Vila Cruzeiro ao lado de barricadas que foram colocadas para conter avanço de policiais durante a Operação Contenção. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

Os eleitores de esquerda são os únicos que desaprovam a megaoperação policial que aconteceu no Rio de Janeiro, na terça-feira, 28, e resultou na morte de 121 pessoas durante o conflito. De acordo com pesquisa Genial Quaest, 59% dos eleitores de esquerda lulistas desaprovaram a ação, enquanto entre os não-lulistas o porcentual chegou a 70%.

Para os outros eleitores, a percepção se inverte. A megaoperação que teria tido como principal alvo o combate ao Comando Vermelho foi aprovada por 61% dos eleitores que se dizem independentes, por 92% dos que se identificam como de direita não-bolsonarista e por 93% dos bolsonaristas.

No cômputo geral, a operação mais letal da história foi aprovada por 64% dos 1,5 mil entrevistados em todo o Estado do Rio de Janeiro, sendo que o porcentual chegou a 79% dos homens. A aprovação foi maior em todas as faixas etárias, faixas de renda e escolaridade, do que a desaprovação.

Como resultado, a aprovação do governador Cláudio Castro cresceu dez pontos porcentuais após a megaoperação. Em pesquisa realizada em agosto de 2025, a gestão Castro no governo do Estado era aprovada por 43% dos entrevistados. No levantamento feito entre os dias 30 e 31 de outubro, chegou a 53%.

O único grupo em que a desaprovação a Castro ainda supera a aprovação é entre os entrevistados com ensino superior. Mesmo assim, a aprovação foi de 40% para 43%. A desaprovação, porém, foi de 52% para 56%.

A maior alta nessa percepção se deu entre eleitores de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A aprovação foi de 49% para 82%. Na mão inversa, entre os eleitores de Lula, a desaprovação subiu de 44% para 69%.

Para a maioria dos entrevistados (53%), o governo federal não tem ajudado os Estados no combate ao crime organizado, sendo que, entre os homens, o porcentual sobe para 60%. Para 24%, há a percepção de que tem ajudado pouco e 14% acreditam que o governo federal tem ajudado muito.

Entre a direita, essa crença sobe exponencialmente. Para 80% dos eleitores não-bolsonaristas, o governo federal não tem ajudado. Entre os bolsonaristas, o indicador está em 65%.

De outro lado, o número de pessoas que tem avaliam a atuação do governo Cláudio Castro como positiva foi de 22% para 39%, entre as duas pesquisas. Os 45% que viam como negativa são agora 34%.

A maior parte dos entrevistados (54%) leu a megaoperação policial como uma forma de combate ao crime organizado. Para 40% dos ouvidos, entretanto, a operação foi foi feita para o governador ganhar popularidade. Entre a esquerda, essa crença chega a 72% (lulistas) e 82% (não-lulistas).

A pesquisa Genial/Quaest também mediu a popularidade do governo Lula após a ação. A aprovação da gestão petista foi de 37% para 34%. Já a desaprovação subiu de 62% para 64%. Entre os evangélicos, essa desaprovação chega a 81%.

O atuação governo Lula em relação à segurança foi avaliada como negativa para 60% dos entrevistados. É o mesmo porcentual dos que acreditam que Lula foi sincero ao afirmar que os traficantes são vítimas dos usuários. Quase todos os entrevistados (84%) discordam dessa frase. Entre os eleitores de direita, chegam a 99% (não-bolsonarista) e 100% (bolsonaristas).

Feita com entrevistas em domicílio e face a fase, a pesquisa da Genial realizada pela Quaest ouviu lulistas (10%), não-lulistas (13%), eleitores independentes (38%), direita não-bolsonarista (21), bolsonaristas (14%) e não respondentes (4%). A maior parte dos entrevistados (43%) tinha até o ensino médio e ganham entre dois e cinco salários mínimos (42%).

A pesquisa tem margem de erro de três pontos porcentuais e confiabilidade de 95%.

Estadão Conteúdo

 

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