Inspeções chegam à Asa Norte e moradores recebem orientações para evitar acidentes com aracnídeos

O Governo do Distrito Federal (GDF) reforçou as ações de combate a escorpiões em imóveis residenciais após o aumento expressivo de acidentes em 2025. Por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), equipes de vigilância ambiental estão realizando inspeções em residências para identificar focos do animal e orientar a população sobre medidas preventivas. Nesta sexta-feira (18), os agentes estiveram na Superquadra 711 da Asa Norte, em Brasília.
As vistorias ocorrem tanto em áreas internas quanto em quintais, com foco em eliminar esconderijos e reduzir riscos, especialmente em períodos mais quentes e secos do ano. Além disso, os profissionais orientam os moradores a vedarem portas e tomadas, utilizarem telas em ralos e eliminarem focos de baratas, principal fonte de alimento dos escorpiões.
“Estamos aumentando nossas vistorias com visitas domiciliares e atendendo às solicitações da ouvidoria”, explicou a agente de vigilância ambiental em saúde Ranny Keatlyn de Oliveira. Ela reforça que os escorpiões, embora gostem de ambientes úmidos, tendem a acessar as casas pelos conduítes elétricos, e não diretamente pelos ralos.
Durante a inspeção desta sexta-feira, pelo menos dois escorpiões foram encontrados na residência da aposentada Gláucia Maria da Silva. “Desde que me mudei, já encontrava escorpiões aqui. Tenho criança em casa e sou idosa, todo cuidado é pouco”, afirmou. Ela mantém a limpeza das caixas de gordura e esgoto semestralmente, segue orientações para vedar entradas e realiza dedetização preventiva.
Além das visitas periódicas, a Secretaria de Saúde alerta que o controle deve focar também no combate às baratas. “Não há dedetização específica para escorpiões. O ideal é reduzir as baratas, expulsando o alimento deles do ambiente”, destacou Ranny.
Casos disparam em 2025
De janeiro a junho deste ano, o DF registrou 2.073 acidentes com escorpiões, alta de 43,75% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 1.442 casos. O segundo trimestre foi o mais crítico, com 1.146 registros. Em todo o ano passado, ocorreram 3.517 acidentes, principalmente entre pessoas de 20 a 49 anos.
O biólogo da SES-DF, Israel Moreira, explica que o aumento é uma tendência nacional. “Temperaturas elevadas, mudanças nas chuvas, crescimento urbano desordenado, descarte irregular de lixo, falta de controle químico eficaz e a desinformação contribuem para o avanço desses animais”, afirmou.
que fazer em caso de picada e como solicitar vistoria
A Secretaria de Saúde disponibiliza atendimento gratuito com soro antiveneno em hospitais regionais e no Hospital Materno Infantil de Brasília (para crianças de até 13 anos). Em casos de picada, o cidadão pode procurar as seguintes unidades:
- Hran, Guará, Brazlândia, Paranoá, Ceilândia, Gama, Santa Maria, Planaltina, Sobradinho e Taguatinga.
O CIATox (Centro de Informação Toxicológica) também atende 24h pelos telefones 0800 644 6774 e 0800 722 6001. Solicitações de inspeção devem ser feitas pelo telefone 160 ou pelo e-mail gevapac.dival@gmail.com.
Principais espécies perigosas no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, quatro espécies do gênero Tityus são as mais perigosas no país:
- Escorpião-amarelo (T. serrulatus): o mais comum e perigoso, espalhado por todas as regiões;
- Escorpião-marrom (T. bahiensis): encontrado no Centro-Oeste, Sudeste e Sul;
- Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus):predominante no Nordeste;
- Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus):mais presente na região Norte e Mato Grosso.
As autoridades reforçam a importância da prevenção, da limpeza e do acionamento rápido dos serviços de saúde diante de qualquer ocorrência.
Com informações da Agência Brasília