
Diarreia política
Miguel Lucena
Na Câmara de Santa Incontinência do Norte, o vereador Gato da Corrida aprontou. Cansado das pistolas verbais do colega Dito Pistola, despejou laxante na garrafinha dele. Dito, sem saber do batismo intestinal, bebeu tudo e, meia hora depois, subiu à tribuna cheio de gás — literalmente.
Quando abriu o discurso com um sonoro “Senhor presidente…”, veio o primeiro estouro: um peido estrondoso que fez o microfone tremer. Tentou seguir, mas não deu tempo. A democracia foi interrompida por um barulho úmido, seguido de um olhar de pavor.
O plenário virou cena de guerra: assessores correndo, uns rindo, outros fugindo do cheiro. Dito, outrora pistola, virou foi míssil fecal. A sessão foi suspensa por motivo de força maior — e maior mesmo foi o estrago.
O Gato, orgulhoso, gravou vídeo assumindo a proeza e acabou renunciando antes que a câmara cassasse o mandato… ou chamasse os bombeiros.