Miguel Lucena
Poucos com muito e muitos com pouco ou sem nada. O Fundo Eleitoral é o retrato da mentalidade dos que mandam no Brasil, sejam eles de direita ou esquerda. Quanto mais desigual, melhor.
O Fundo Eleitoral é composto por dinheiro do povo, oriundo dos impostos pagos pela população. Foi criado para evitar a promiscuidade entre políticos e empresas, especialmente as empreiteiras, enrolados em esquemas de corrupção desde sempre.
O Congresso Nacional e a Presidência da República retiraram R$ 4 bilhões do dinheiro suado dos brasileiros para financiar as campanhas políticas e entregaram essa dinheirama nas mãos dos caciques partidários.
Geralmente sem votos, os presidentes de partidos passaram a ser os mandas-chuvas da política nacional e saem distribuindo o fundo como se o dinheiro fosse deles.
Tanto para fulana, que tem um sorriso bonito; um pouquinho para beltrano, que é mais feinho; e um tantão para o mais rico, pois quanto mais rico mais murrinha.
Há também os laranjas: candidatos que receberam milhões e ainda não gastaram um centavo, faltando poucos dias para as eleições. Devem estar guardando para o bolso da urna, digo, boca-de-urna.
E assim caminha a nossa democracia de fachada.
Dinheiro que serviria para aplicações bem mais republicanas.