O FMI mais uma vez está preocupado com o mercado de criptomoedas, tendo soltado relatório recente com 90 citações sobre ativos digitai, com as possíveis implicações e desafios que os governos terão nos próximos anos.
Brasil e mercados emergentes terão desafio com criptomoedas
O relatório descreve que os mercados emergentes terão grandes desafios pela frente, como controle da inflação, desglobalização e o uso extensivo de criptoativos para “contornar restrições e sanções de capital”.
É indicado pelo FMI que os criptoativos sendo usados como meio de pagamentos e/ou reserva de valor podem criar uma mudança estrutural e desafiadora para os legisladores.
Nesse sentido, foi citada a “Tether – a maior stablecoin usada para liquidar negócios à vista e derivativos” que “viu um aumento notável nos volumes de negociação em relação as moedas dos mercados emergentes”, inclusive no Brasil.
Com o uso de tecnologias como mixers, exchanges descentralizadas e moedas de privacidade tais como Samourai Wallet Mixer, Bisq e Monerorespectivamente, os reguladores poderiam perder o controle do fluxo de capital.
Rússia pode minerar bitcoin para monetizar energia
Falando sobre interrupção de fluxo de capitais por meio de sanções, o FMI afirmou que há riscos dos russos usarem a mineração do Bitcoin e criptomoedas PoW (Proof of Work) para transformar recursos sancionados em dinheiro:
“Com o tempo, os países sancionados também poderiam alocar mais recursos para evadir sanções por meio de mineração. Mineração para blockchains de uso intensivo de energia como o Bitcoin pode permitir que os países monetizem recursos energéticos, alguns dos quais não podem ser exportados devido às sanções. A monetização acontece diretamente no blockchains e fora do sistema financeiro as sanções são aplicadas.”
Os russos já conseguiram capturar 11% das receitas de mineração de bitcoin, enquanto o Irã 3% no ano passado, afirma o relatório.
A perda do controle econômico parece aterrorizar o FMI que vê riscos no uso intensivo de criptomoedas, chamando isso de “criptonização“.
FMI faz recomendações para os Bancos Centrais contra as criptomoedas
Para o FMI há riscos inerentes do uso de criptomoedas, como a fragmentação do mercado de pagamentos globais e diminuição de sua eficiência. Para evitar essas supostas ameaças a organização faz uma série de recomendações.
Entretanto, o próprio FMI afirma que essas políticas podem não ser suficientes para impedir o avanço das criptomoedas.
“Para afastar os riscos da criptonização, é necessário fortalecer políticas macro-econômicas, mas isso pode não ser suficiente dado os desafios únicos colocados pelo ecossistema cripto.”
Sendo o relatório, as moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs) podem ajudar a reduzir as pressões da “criptonização” derivada da necessidade de melhores meios de pagamento. Mas a recomendação geral é a criação de legislação que diminua os pontos “negativos” dos criptoativos e permite o uso de forma “positiva”.
Fonte: cointimes*