Maioria estava sem máscara de proteção, segundo DF Legal; responsável foi multado em R$ 14 mil. Quando carros oficiais se aproximaram, até bodes deixaram local.
Agentes da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) interromperam uma festa clandestina que reunia cerca de 300 pessoas na Ponte Alta do Gama, no Distrito Federal. O evento ocorreu na noite desta sexta-feira (5).
Um vídeo gravado pela fiscalização mostra o momento em que um carro oficial se aproxima do portão. Do lado de fora, é possível ver pessoas aglomeradas e sem máscara. O item de proteção é obrigatório na capital desde abril do ano passado. Com o movimento, até dois bodes deixam o local.
O responsável pelo evento foi multado em R$ 14 mil, por descumprimento de medidas sanitárias que tentam evitar a disseminação do novo coronavírus. O nome do organizador não foi divulgado.
Desde o dia 28 de fevereiro, o Distrito Federal enfrenta medidas mais rígidas de restrição. O governador Ibaneis Rocha (MDB) publicou um decreto que proíbe o funcionamento de comércios, bares e restaurantes, além da venda de bebidas alcoólicas entre 20h e 5h.
Entretanto, na sexta (5), Ibaneis publicou uma nova medida que flexibiliza as restrições em academias e escolas. O governador também permitiu que o DF Legal interdite, por até 60 dias, estabelecimentos que provocarem aglomerações ou descumprirem de forma grave as restrições impostas pelo governo local. A medida ainda prevê multa de R$ 20 mil.
Além disso, o decreto autoriza a aplicação de multa individual, no valor de R$ 1 mil, a cada um dos participantes de aglomerações irregulares flagradas na capital. A regra, entretanto, só vale a partir de segunda-feira (8).
A capital do país contabiliza 4.950 óbitos e 305.377 infectados, segundo o mais recente boletim divulgado pela Secretaria de Saúde.
‘Situação crítica’
Neste sábado (6), quando DF registrava 90% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o secretário-adjunto de Assistência à Saúde da capital, Petrus Sanchez, afirmou que a situação nos hospitais da rede pública “é crítica”.
“Estamos realmente em uma situação crítica quanto ao uso dos leitos de UTI. Entendemos que, por mais que tenham entrado 114 leitos de UTI nos últimos sete dias, a necessidade aumenta a cada instante.”
Apesar de reconhecer a gravidade da situação, Sanchez negou que o sistema de Saúde do DF esteja em colapso e se referiu ao momento atual como “situação de criticidade”, principalmente devido à alta taxa de transmissão do novo coronavírus, de 1,35. Em maio de 2020, o índice era de 3,10.
O secretário-adjunto afirmou ainda que “a melhor gestão neste momento da pandemia é a que vai controlar a disseminação da doença e não a que vai abrir mais leitos”.