Pasta disse que soube da participação de moradores da capital no evento após reportagem publicada pelo g1. Ideia é monitorar quem esteve na região paulista por 14 dias.
Carrapato-estrela transmite a febre maculosa. — Foto: Adelcio R Barbosa/Divulgação/Prefeitura de Contagem
A Secretaria de Saúde informou, nesta quinta-feira (15), que vai fazer busca ativa pelas pessoas do Distrito Federal que participaram da “Feijoada do Rosa”, no interior de Campinas, em São Paulo, onde três pessoas contraíram febre maculosa e morreram. A pasta soube que moradores da capital estiveram no evento após publicação de uma reportagem do g1.
De acordo com o diretor de vigilância epidemiológica Fabiano dos Anjos, apesar do evento ter acontecido há 20 dias, o vírus pode ficar incubado por cerca de 14 e, por isso, há necessidade de entrar em contato com as pessoas que estiveram na “feijoada”.
“É importante dizer para essas pessoas que foram para Campinas nesse período que, se elas apresentarem algum sintoma, devem procurar serviço médico e dizer que estiveram no evento”, disse Fabiano.
Segundo o diretor, em caso de sintomas, o paciente deverá ser monitorado por 14 dias. “O objetivo é identificar essas pessoas e fazer o monitoramento de forma tranquila. Não é preciso que isso cause pânico na população”, afirmou.
Vale ressaltar que o Distrito Federal não tem registros de óbitos pela doença
Orientações
Além da busca ativa, a Secretaria de Saúde, nesta quarta (14), elaborou um documento com orientações para os hospitais da rede pública relacionadas à febre maculosa. A circular traz informações sobre sintomas da doença e diz que o número de óbitos pode chegar a 80% dos casos sem tratamento.
No entanto, segundo o documento, o DF “não é uma área endêmica das doenças transmitidas pelo carrapato, porém possui áreas com condições paisagísticas favoráveis à ocorrência de carrapatos, como os parques urbanos e trilhas, principalmente no período de seca.
A circular diz ainda que as unidades de saúde devem fazer comunicação imediata em casos suspeitos da febre maculosa. “O tratamento com a antibioticoterapia deverá ser iniciada imediatamente a partir da suspeita. Não se deve esperar a confirmação laboratorial”, diz o texto.
Febre maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato, ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença.
No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, em áreas mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba (SP) são, atualmente, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença.
Campinas registra em 2023 cinco contaminações por febre maculosa na cidade. As cinco pessoas morreram, sendo que duas moravam na metrópole. Já Mariana era da capital paulista, Douglas era de Jundiaí (SP) e Evelyn era de Hortolândia (SP).
Quais são os sintomas da febre maculosa?
Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:
- Febre
- Dor de cabeça intensa
- Náuseas e vômitos
- Diarreia e dor abdominal
- Dor muscular constante
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
- Gangrena nos dedos e orelhas
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória
Com informações do g1DF*