quinta-feira, 18/12/25
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Farra do INSS: PF apreende carro de luxo, relógios, armas e dinheiro

Durante o cumprimento dos mandados, agentes apreenderam carros de luxo, relógios importados, joias e outros bens de alto valor

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

 

A nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (18/12) pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), expôs o padrão de vida elevado sustentado com dinheiro retirado ilegalmente de aposentados e pensionistas do INSS.

Durante o cumprimento dos mandados, agentes apreenderam armas, dinheiro, carros de luxo, relógios importados, joias e outros bens de alto valor, adquiridos, segundo as investigações, com recursos desviados do esquema.

Entre os itens recolhidos estão veículos de marcas premium, como Volvo, além de relógios estrangeiros. As apreensões ocorreram em diferentes estados e no Distrito Federal. Um dos endereços é o do Senador Weverton (PDT-MA).

A ação resultou na prisão de Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores da fraude e preso desde setembro.

De acordo com a PF, Romeu tinha autorização para movimentar contas de empresas usadas no esquema e aparece como sócio em estruturas financeiras investigadas.

Outro alvo de prisão é o advogado Eric Douglas Martins Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.

O senador Weverton Rocha informou que recebeu com surpresa a busca na sua residência e, “com serenidade se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral a decisão.”

Como funcionava o esquema

As investigações indicam que a organização criminosa promovia descontos associativos não autorizados diretamente na folha de pagamento de aposentadorias e pensões.

Os valores eram retirados mensalmente como se os beneficiários tivessem se filiado a associações de classe, algo que, na maioria dos casos, nunca ocorreu.

Esses recursos abasteciam as entidades envolvidas e, posteriormente, eram diluídos em contas de empresas, familiares e intermediários, além de convertidos em bens de luxo para ocultar a origem do dinheiro.

A PF aponta a existência de núcleos especializados em captação de dados, inserção de informações falsas em sistemas oficiais e lavagem de dinheiro.

Segundo a CGU, as associações alegavam oferecer serviços como assistência jurídica e convênios médicos, mas não possuíam estrutura mínima para funcionamento real. Ao menos 11 entidades tiveram contratos suspensos por decisão judicial.

Impacto político e ressarcimento

O escândalo provocou uma crise no governo federal e culminou na saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que pediu demissão após o avanço das investigações. O ministério passou a ser comandado por Wolney Queiroz, em meio ao esforço de contenção dos danos institucionais.

Em julho, o governo anunciou a devolução dos valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas. O ressarcimento ocorre em parcela única, e o prazo para contestação dos descontos foi prorrogado até 14 de fevereiro de 2026.

 

 

 

 

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