Após o Ministério da Saúdedivulgar que a capital pode estar em transição para fase de aceleração descontrolada do novo coronavírus, o secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, contestou a informação e se queixou da falta de apoio do governo federal. Em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — nesta segunda-feira (6/4), ele ressaltou que a pasta recebeu equipamentos defeituosos, além de não ter sido atendida na requisição de abertura de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
O Ministério da Saúde mandou para cá aventais que não são ideais para o ambiente hospitalar, álcool em gel saneante, que é usado para a limpeza, e 7 mil testes rápidos quebrados, que não funcionam”, reclamou. De acordo com o secretário, desde o início da crise, a pasta solicitou habilitação de 320 leitos de UTI no Distrito Federal com suporte respiratório, entretanto, nenhum foi aprovado.
“Tudo o que estamos fazendo é com recurso da secretaria e do governo (GDF), com a força de trabalho de todos os trabalhadores. Eles (o ministério) ficam o dia todo fazendo entrevista coletiva e, acho, que não conhecem o que está se passando no Brasil, sobretudo, no DF”, reclamou. Francisco informou que, até o momento, cerca de 10 mil pessoas foram testadas para a doença e que a capital tem 25 leitos de UTI ocupados e 73 disponíveis.
Isolamento
Durante a entrevista, o secretário também defendeu o isolamento domiciliar e as medidas de restrição impostas pelo Executivo. “As pessoas precisam atender o chamamento do governo e se manterem em casa, continuar higienizando as mãos e tomar os cuidados que a Saúde alerta o tempo todo”, comentou. Segundo Francisco, o GDF está fazendo a parte dele e, do ponto de vista técnico, o isolamento é a melhor forma de evitar o contágio.
O secretário também frisou que os atendimentos para as demais doenças continuam normalmente na rede pública de saúde. “Sabemos que a procura da população por unidades de saúde diminuiu, até por insegurança, mas o trabalhador da Saúde tem obrigação de atender a todos. Quem não for (atendido), pode entrar em contato com Ouvidoria do GDF”, orientou.
Sobre a falta de equipamentos de proteção individual (EPI), o secretário disse que existe um protocolo de uso nas unidades de saúde, mas que a capital não está desabastecida. “O trabalhador de saúde que solicitar o EPI vai ter. Porém, não podemos agir como antes da pandemia, para que não haja desperdício”, disse. (CB)