Imagens também mostram o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticando o Fies por ter beneficiado “até filho de porteiro”
As imagens da reunião em que o ministro da Casa Civil,general Luiz Eduardo Ramos, disse que tomou escondido a vacina contra a Covid-19 e que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está com a vida em risco foram entregues pelo Facebook à CPI da Covid nesta segunda-feira (10/5). A fala foi feita ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
É a mesma reunião em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamou do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), sem saber que era gravado, citando o caso do filho de seu porteiro que foi beneficiado. O material foi enviado à CPI após requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão.
Veja:
As declarações foram feitas em reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu), da qual também participou o ministro da Justiça, Anderson Torres, no dia 27 de abril.
Na ocasião, o general Luiz Ramos disse que tomou a vacina contra a Covid-19 escondido, já que o Planalto não queria “fazer alarde”.
“Tomei escondido, né, porque a orientação era para não criar caso, mas vazou. Eu não tenho vergonha, não. Tomei e vou ser sincero. Como qualquer ser humano, eu quero viver, pô. E se a ciência está dizendo que é a vacina, como eu posso me contrapor?”, questionou.
O ministro ainda disse que estava tentando convencer o presidente Bolsonaro a se vacinar.
“Fies foi um desastre”
Por sua vez, Guedes afirmou que o governo federal deu bolsas em universidades para “todo mundo”, e que até a quem não tinha a “menor capacidade” e “não sabia ler nem escrever” entrou na graduação por esse caminho.
“O porteiro do meu prédio, uma vez, virou para mim e falou assim: ‘Seu Paulo, eu estou muito preocupado’. O que houve? ‘Meu filho passou na universidade privada’. Ué, mas está triste por quê? ‘Ele tirou zero na prova. Tirou zero em todas as provas e eu recebi um negócio dizendo: Parabéns, seu filho tirou…’”, disse.
No encontro, Guedes avaliou que o Fies foi um “desastre” que “enriqueceu meia dúzia de empresários”. Só foi alertado que a reunião estava sendo gravada após mais de 40 minutos de debate. “Só não manda para o ar, por favor”, teria dito Guedes.
Fonte: Metrópoles