A aposta do deputado é nos deputados do baixo clero, descontentes com as principais candidaturas
Conhecido pelos almoços e jantares oferecidos a políticos, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) garante que manterá sua candidatura à presidência da Câmara até o final. Ele conta que já comunicou sua decisão a Baleia Rossi (MDB-SP), também candidato e presidente do seu partido. Ramalho diz que mantém seu nome por ter recebido pedido de “mais de cem deputados”. Concorrendo de maneira independente em 2019, quando Maia montou uma ampla aliança, Ramalho teve 66 votos. Em fevereiro, quando será travada a disputa, tentará arrebanhar votos do baixo clero.
A presença de Ramalho, conhecido pelos colegas como Fabinho liderança, pode fazer com que a polarizada disputa entre Rossi e Arthur Lira acabe indo para um segundo turno. A aposta do deputado é nos parlamentares do “fundo do plenário”, descontentes com as principais candidaturas.
— Ninguém tratou ainda de eleição com os parlamentares. Falaram só com presidentes de partidos e líderes — diz.
Aliados de Arthur Lira (PP-AL), nome apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, avaliam que Fabinho pode ter no máximo 30 votos. Já os aliados de Baleia entendem que seu perfil tira mais votos de Lira. Na avaliação deles, portanto, prejudica mais o adversário. No MDB, dizem, terá “apenas um voto”, o dele próprio.
Ramalho nutre simpatia por Bolsonaro. Em junho, levou um leitão a pururuca para um almoço com o presidente. Nos intervalos de longas votações, ele costuma servir um banquete no cafezinho do plenário da Câmara. Para agradar os colegas, além do leitão, são servidos feijão tropeiro e torresmo. Mineiro, o deputado foi o principal defensor da criação do Tribunal Regional Federal de Minas Gerais. Os deputados aprovaram este ano projeto que autoriza a criação da nova jurisdição, mas a proposta ainda tramita no Senado.
Sobre os adversários, Ramalho diz que Baleia e Lira possuem musculatura para vencer. Mas ainda aposta na “vontade do plenário”.
— O Baleia me pediu para retirar a candidatura, esteve comigo. Disse que já houve um compromisso firmado pela candidatura independente. Está tudo certo, mas não tenho medo de qualquer retaliação do MDB. Se por acaso houver, não tem problema não.