‘A Polícia Federal está trabalhando com rigor para elucidar, com celeridade, a motivação das explosões’, disse Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.
Duas explosões, em um intervalo de cerca de 20 segundos, ocorreram perto do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no início da noite desta quarta-feira (13). Uma pessoa morreu, e a área foi isolada.
Autoridades começaram a se manifestar sobre o caso no início da madrugada desta quinta (14) – leia logo após um resumo sobre o caso.
O que se sabe sobre o caso:
- Por volta das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas, havia fogos de artifício e tijolos.
- O veículo tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O dono é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu. Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás.
- Cerca de 20 segundos após a explosão no estacionamento, um homem morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes – que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto).
- Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, a vítima da explosão foi identificada como sendo Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
- Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
- O esquadrão antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu.
- No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas.
- A sessão do STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto – e não houve ordem para evacuar o prédio.
- Depois do episódio, ele se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial.
- A PF abriu inquérito para apurar as explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes.
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública
Ricardo Lewandowski — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
“As forças federais de segurança pública acompanham atentamente os acontecimentos ocorridos na capital do país, na noite desta quarta-feira (13), e estão preparadas para assegurar o pleno funcionamento dos Poderes constituídos. A Polícia Federal está trabalhando com rigor para elucidar, com celeridade, a motivação das explosões na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, e nos arredores do Congresso Nacional.”
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco — Foto: Roque de Sá/Agência Senado
“Primeiro vamos constatar o que houve, mas lamentamos o ocorrido. Há necessidade de garantir a segurança de parlamentares, servidores, colaboradores e visitantes, bem como a integridade do patrimônio público”.
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
“Reafirmo, veementemente, meu total repúdio a qualquer ato de violência”.
Ibaneis Rocha, governador do DF
“Muito grave o que acaba de ocorrer na Praça dos Três Poderes e no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Todas as unidades de segurança e de inteligência do Governo do Distrito Federal estão orientadas a agir com rigor e celeridade para identificar o autor ou autores, bem como a motivação para esses ataques”, escreveu Ibaneis no X, quase duas horas depois do atentado.
Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT
“Os gravíssimos fatos desta noite na praça dos Três Poderes repetem o cenário, os alvos e a violência do 8 de Janeiro. O carro com explosivos na Câmara dos Deputados é de um candidato a vereador do PL de Santa Catarina. São muitos elementos que nos alertam para permanecer vigilantes em defesa da democracia. Sabemos quem são seus inimigos e saberemos defendê-la mais uma vez”.
Randolfe Rodrigues (PT), líder do governo Lula no Congresso Nacional
“O fato precisa ser classificado como um atentado com características de motivação política. É inadmissível após tantos ataques à nossa democracia. Sejamos intolerantes ao fascismo e à disseminação do ódio, a resposta deve ser a Constituição, a lei e a união do povo”
Jorge Messias, advogado-geral da União
“Repudio com toda a veemência os ataques contra o STF e a Câmara dos Deputados. Manifesto minha solidariedade aos ministros e parlamentares. A Polícia Federal investigará com rigor e celeridade as explosões no perímetro da praça dos três Poderes. Precisamos saber a motivação dos ataques, bem como reestabelecer a paz e a segurança o mais rapidamente possível”.