O delegado André Leite, da Corpatri, afirma que a recorrência desse tipo de crime se deve à proximidade de facções criminosas, que se instalaram no Entorno do DF
Consultor em segurança pública, George Felipe Dantas diz que os mais recentes roubos a caixas eletrônicos na região central de Brasília mostram que os criminosos passaram a trabalhar com equipes de inteligência. “Esse fenômeno indica que se tratam de equipes altamente especializadas. Articulados, eles trabalham com funções e se dedicam ao crime organizado. Não são mais gangues aleatórias, como as de bairros”, comentou.
Dantas destacou que as forças de segurança têm dificuldade de acompanhar o ritmo de evolução do crime organizado. “Estamos em desvantagem, inclusive no sistema prisional, onde eles (criminosos) conseguem se articular. É como se fosse um cavalo de troia inserido no próprio Estado. O ideal seria prevenção, neutralização, reformulação e aperfeiçoamento da atividade de inteligência dentro dos presídios”, ressaltou.
O delegado André Leite, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), afirma que a recorrência desse tipo de crime se deve à proximidade de facções criminosas, que se instalaram no Entorno do Distrito Federal. “Estamos trabalhando em sintonia com outras polícias, especialmente a de Goiás. Trocamos informações para otimizar investigações”, contou o delegado.
Líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do país, com braços em outros países da América do Sul, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília há uma semana. Ele e outros três integrantes da cúpula do grupo vieram de Rondônia. Desde então, o GDF tenta a transferência do quarteto. Alega que a presença deles vai contribuir para a instalação de uma célula do PCC na capital da República.
Memória
2018
22 de outubro
Cinco pessoas armadas explodiram dois terminais eletrônicos da Caixa Econômica Federal, no shopping Píer 21, na Avenida das Nações. Os bandidos invadiram o complexo comercial vestindo balaclavas (espécie de gorro que só deixa os olhos visíveis), renderam o segurança e montaram os explosivos. Na fuga, foram perseguidos por policiais militares, quando houve troca de tiros. Mas os criminosos conseguiram fugir com o dinheiro.
24 de julho
Criminosos armados explodiram dois caixas eletrônicos durante a madrugada, no anexo do Palácio do Buriti, sede do poder Executivo no Distrito Federal. Terminais do BRB e da Caixa Econômica Federal foram destruídos por bandidos, que ainda efetuaram quatro disparos de armas de fogo. Ninguém ficou ferido, e os suspeitos ainda não foram identificados pela Polícia Civil.
Fonte Correio Braziliense