O serviço de meteorologia americano alertou para um “alto risco de doenças relacionadas ao calor” em Las Vegas, onde as máximas devem chegar a 43° C
Com termômetros marcando acima dos 40° C, os Estados Unidos emitiram alertas de calor em 48 Estados pelo país, enquanto projeções indicam um aumento ainda mais severo da temperatura no país nos próximos dias. Especialistas calculam que mais de 60 milhões de pessoas devem experimentar temperaturas superiores aos 37° C nesta quinta-feira, 21, enquanto ondas de calor provocam temperaturas recorde nos dois lados do Atlântico Norte
Avisos de calor excessivo cobrem várias regiões dos EUA, do Vale Central da Califórnia a Costa Leste, mas o calor mais intenso nesta quinta se concentra no sudoeste do país. O serviço de meteorologia americano alertou para um “alto risco de doenças relacionadas ao calor” em Las Vegas, onde as máximas devem chegar a 43° C até a sexta-feira. 22.
As principais cidades do nordeste do país também se preparam para um fim de semana escaldante, com temperaturas na casa dos 35° C. Em Washington, onde é esperado o calor mais intenso desde 2016, a prefeita Muriel E. Bowser declarou estado de emergência pelo calor até a segunda-feira, 25.
O Serviço Meteorológico americano também alertou para “condições perigosamente quentes” em Phoenix, onde se prevê que as máximas atinjam entre 43° C e 46° C nesta quinta. A cidade também está sob alerta de poluição por causa dos altos níveis de ozônio. As máximas podem chegar a casa dos 48° C em Death Valley, na Califórnia, até sábado, 23.
A onda de calor em curso nos EUA atingiu seu pico até aqui no início desta semana, no mesmo período em que a Europa viveu uma crise histórica de altas temperaturas que matou mais de 1.000 pessoas apenas em Portugal – um sinal de que a onda de calor atual é decorrente das mudanças climáticas.
Na terça-feira, 19, quando o Reino Unido registrou a temperatura mais alta da história, Oklahoma registrou temperaturas iguais ou superiores a 39°C em cada uma das 120 estações climáticas instaladas no Estado, algo nunca visto desde que as bases foram instaladas na década de 1990.
Em meio ao aumento do calor intenso, presidente americano, Joe Biden, chamou a crise climática de uma “emergência” e um “perigo claro e presente” na quarta-feira, 20, quando prometendo usar o poder da presidência para responder se o Congresso dos EUA não agir.
Biden anunciou um plano para abrir grandes áreas na costa dos EUA para parques eólicos, mas não chegou a declarar formalmente uma emergência climática ou apresentar uma gama mais completa de propostas. Seu pacote climático sofreu reveses no Congresso recentemente, mas a Casa Branca continua esperando um acordo de última hora antes que Biden avance com uma ordem executiva abrangente.
De acordo com os meteorologistas americanos, o que vem impulsionando o calor no país é uma zona de alta pressão conhecida como “domo de calor”, que atualmente está centrado no sudoeste, mas às vezes se flexiona até o leste do Meio-Atlântico Debaixo dessas cúpulas de calor, o ar desce, limpando a cobertura de nuvens enquanto permite que o sol bata implacavelmente.
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