Com a retirada do Sudão da lista, o país passa a poder receber investimentos de estrangeiros. O acordo foi feito após o reconhecimento do Estado de Israel por parte dos sudaneses.
O governo dos Estados Unidos retirou o Sudão da lista de países que apoiam o terrorismo nesta segunda-feira (14).
Com a medida desta segunda-feira, aumentam os estímulos para investimentos estrangeiros no Sudão -até esta segunda-feira, outros países estavam impedidos de fazer negócios e investir no Sudão, sob pena de sanções.
“Como o período de notificação no Congresso de 45 dias expirou, o secretário de Estado assinou uma notificação que anula a designação do Sudão como um Estado que apoia o terrorismo. A medida é efetiva a partir de 14 de dezembro”, anunciou a embaixada dos Estados Unidos em Cartum.
Washington incluiu o país na lista em 1993, depois de acusar o então presidente sudanês, o islamista Omar al Bashir, de ter relações com “organizações terroristas” como a Al-Qaeda, cujo líder, Osama bin Laden, se hospedou no país nos anos 1990.
Anúncio de Trump
O presidente americano, Donald Trump, anunciou em 19 de outubro a retirada do Sudão da lista de países que apoiam o terrorismo, mas só notificou o Congresso no dia 26, depois que Cartum anunciou a normalização das relações com Israel, sob pressão de Washington.
Apesar da estratégia, as autoridades sudaneses negaram qualquer tipo de chantagem por parte dos Estados Unidos.
Atentados do passado
Cartum, no entanto, continua esperando obter imunidade legal nas questões relacionadas com atentados passados, para o que precisa de uma lei que está sendo examinada no Congresso americano.
Em 1998, a Al-Qaeda cometeu atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia. Mais de 200 pessoas morreram em decorrência dos ataques.
Antes disso, as autoridades do Sudão haviam hospedado Osama bin Laden.
A decisão dos americanos desta segunda-feira faz parte de um acordo que prevê que o Sudão indenize com US$ 335 milhões os parentes das das vítimas.
Recentemente, o Sudão lamentou que alguns “compromissos políticos e econômicos” não foram respeitados por Washington. O país advertiu que o bloqueio poderia “atrasar a aplicação do acordo” de normalização das relações com Israel.
Washington retomou o contato com Cartum durante a presidência do democrata Barack Obama, quando Omar al Bashir começou a cooperar na luta antiterrorista, um processo acelerado pela revolta popular que provocou a queda de Al Bashir em abril de 2019.
Por France Presse