Maior queixa dos estudantes é em relação ao curso demandar alta prática, e em meio à pandemia, essa preparação não pode ocorrer. Alunos se sentem prejudicados
A Assembleia Geral dos estudantes do Centro Acadêmico Professor Gilberto de Freitas, órgão representativo dos estudante de medicina da Universidade de Brasília (UnB) realizada no dia, deliberou uma paralisação nesta quarta-feira (19) em razão do novo adiamento do início das aulas presenciais em modalidade práticas na Faculdade de Medicina.
“Queremos a revisão semanal da possibilidade de retomarmos realmente ocorra e ocorra de maneira efetiva priorizando a nossa retomada, além disso nossa segunda demanda é a formulação de um plano modelo para guiar o internato de medicina”, afirma César Lima, presidente do Camed.
Segundo carta preparada pelo Camed, os estudantes, inclusive que moram em outros estado, haviam feito planejamento prévio e se preparado para esse momento, que novamente foi adiado. De acordo com o texto, diversos outros cursos da saúde da UnB manterão as suas atividades práticas, o que deixa os estudantes de medicina insatisfeitos, “já que prestamos assistência diretamente à nossa população”.
“Apesar de respeitarmos as decisões tomadas pela Direção da FM e entendermos o cenário epidemiológico preocupante do Distrito Federal, com aumento dos casos de covid-19, transmissão comunitária da variante ômicron e epidemia de influenza; reconhecemos também que o momento na pandemia é diferente daquele que vivíamos há um ano que impedia as nossas atividades presenciais: o quadro vacinal da maioria dos estudantes está completo, inclusive com dose de reforço, o que minimiza as chances de agravamento caso adquiram a infecção”, diz os estudantes em texto.
Para além disso, o Camed indica que no terceiro ano de ensino remoto, “muitas turmas tiveram apenas
aulas nesse modelo, muitas estão atravessando o ciclo clínico sem ter aulas práticas. A medicina não pode se fazer atrás de um computador e até o momento não temos noção do quanto nós estudantes estamos sendo prejudicados e de qual será o impacto dessa perda de atividades práticas no futuro e na assistência aos nossos pacientes”.
A carta elencou diversos motivos pelos quais a manifestação ocorre:
– Lentidão no processo de retorno presencial e de aulas práticas – queremos a garantia que serão elaborados planos de aprendizado das disciplinas, prevendo a realização de atividades práticas;
– Perda e falta de cenários para o internato, com esvaziamento deles na região Leste e ocupação por outras escolas médicas do DF – exigimos que sejam assegurados cenários estáveis e perenes para nosso estágio obrigatório;
– Descaso da coordenação com os pedidos de organização do calendário, adiamento de reuniões, termo de outorga e outras solicitações do internato;
– Falta de corpo docente no eixo de MFC.
Frente às problemáticas, adotamos a medida supracitada, a qual foi considerada na Assembleia Geral dos estudantes. Deixamos claro que estamos abertos para o diálogo e acordos para melhor construir nossa Universidade com qualidade. Após nossa paralisação realizaremos nova assembleia para deliberação dos rumos do nosso movimento. (CB)