quinta-feira, 11/09/25
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Estiagem acelera obras contra alagamentos no DF

As intervenções visam reduzir impactos durante temporada de chuvas

Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

 

Por Carliane Gomes/JBr

Para reduzir os impactos das chuvas no Distrito Federal, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) intensificou os serviços de drenagem e manutenção do sistema de captação de águas pluviais. Até agosto, 3.199 bocas de lobo receberam limpeza, reparos, reconstrução e novas instalações. Além disso, mais de 21 mil redes de captação foram desobstruídas em obras diretas da companhia. Segundo a Novacap, os números são ainda maiores quando somadas as atuações de empresas contratadas e das administrações regionais. As intervenções são realizadas de forma preventiva e em pontos estratégicos com histórico de alagamentos.

Um dos focos recentes são as tesourinhas da Asa Norte, que passaram por modernização após vistoria em 2024. As antigas manilhas de 200 mm foram substituídas por modelos de 400 mm, e a estrutura foi ampliada, com aumento do número de bocas de lobo e poços de visita. “O objetivo foi modernizar essas estruturas como forma de combater os alagamentos dos trechos durante os períodos de chuva”, explicou a Novacap. Segundo a pasta, no momento, a manutenção segue com a desobstrução das bocas de lobo, iniciando pelas quadras 116/216 Norte e com previsão de extensão até a Asa Sul, cobrindo todo o eixo rodoviário em cerca de 60 dias, com possibilidade de prorrogação. A companhia mantém caminhões desobstruidores em operação diária, além de equipes que atuam manualmente.

Em Ceilândia, mais de 1,3 mil bocas de lobo foram limpas e 198 novas tampas de concreto, grelhas e tampas de ferro foram instaladas. As equipes priorizam vias de grande circulação, como as avenidas do Centro, Via Leste, Setor P Norte, P Sul, QNR, QNQ, Setor O e Expansão. Em Arniqueira, a primeira etapa da rede de captação prevê 600 metros de galeria, com investimento de R$ 2,5 milhões, direcionando a água para um córrego próximo e garantindo escoamento contínuo.

Segundo a Novacap, as intervenções seguem um cronograma definido em parceria com as administrações regionais, conforme prioridades locais e capacidade operacional. A companhia alerta que o descarte inadequado de lixo nas ruas contribui para entupimentos, reduzindo a eficiência do sistema e aumentando riscos de alagamentos. “De acordo com os técnicos, a maior parte do lixo retirado são folhas secas e galhos. Há ainda restos de construção, garrafas PET e latas, mas em menor quantidade. Diariamente, cerca de 3 metros cúbicos desse material são removidos durante as ações”, informou a Novacap.

Para o Jornal de Brasília, a Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF) afirmou que tem intensificado obras de drenagem, pavimentação e manutenção viária em diversas regiões do DF. O planejamento inclui construção de redes de drenagem, pavimentação de vias, manutenção preventiva, limpeza de bocas de lobo e implantação de lagoas de detenção em locais estratégicos. No Sol Nascente, uma das maiores obras de infraestrutura do DF, os trabalhos avançam para a fase final e devem ser concluídos ainda este ano, devido à alta densidade populacional e ao histórico de inundações. Na Colônia Agrícola Samambaia, equipes concentram esforços na instalação de redes de drenagem e pavimentação, atividades realizadas preferencialmente em períodos de estiagem. . “O investimento em drenagem e pavimentação é fundamental para transformar a realidade de regiões que sofrem há décadas com alagamentos e falta de infraestrutura. Essas ações vão garantir mais segurança, mobilidade e qualidade de vida para milhares de moradores do Distrito Federal”, afirmou o secretário de Obras, Valter Casimiro.

No Pôr do Sol, está em andamento o processo licitatório para contratação da empresa que executará as obras. Em Arniqueira, trechos estratégicos recebem serviços de drenagem, enquanto os programas Drenar Taguatinga e Drenar Ceilândia reforçam o sistema em pontos críticos já mapeados. Outros projetos estão em desenvolvimento para o Setor de Mansões de Sobradinho II e Morro da Cruz. “No período seco, priorizamos obras de drenagem e pavimentação, que não podem ser executadas com solo molhado. No período de chuvas, os trabalhos são adaptados para evitar transtornos, priorizando serviços que não dependem do tempo seco, como instalação de meios-fios, calçadas, abertura de bocas de lobo e paisagismo”, explicou a instituição.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temporada de chuvas no DF vai de meados de outubro até o final de março. Dados da estação meteorológica de Brasília nos últimos 10 anos indicam que o período chuvoso geralmente começa entre 11 e 20 de outubro e termina entre 21 e 31 de março. O meteorologista Glauber Wilian de Souza acrescenta que o período de maior intensidade ocorre entre novembro e fevereiro, concentrando cerca de 72% da precipitação total da estação.

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