teral brasileiro Daniel Alves causou polêmica no ano passado ao afirmar que a imprensa espanhola, ao contrário da brasileira, torce para que sua seleção seja campeã. De fato, antes da final daCopa das Confederações do ano passado, jornalistas espanhóis chegaram a ir ao Maracanã literalmente vestindo a camisa da equipe nacional. Mas apesar dessa devoção à seleção ter sido aprovada pelo jogador doBrasil, alguns membros da mídia da Espanha não veem com bons olhos a “torcida declarada”, considerando-a uma falta de profissionalismo.
“Cobrindo a seleção, vi muitas vezes gente que levava a camisa aos jogos. Me parece uma barbaridade”, criticou um jornalista da agência AFP. “Quando você é profissional, tem que deixar de lado. Dá para entender até certo ponto que faça um movimento de celebração quando sai o gol, mas ir de camisa e cachecol (da Espanha)? Daqui a pouco vão levar o tambor também”.
Na avaliação de um repórter de jornal, que pediu sigilo, a passionalidade de parte da imprensa espanhola com a seleção tem raiz nas disputas que existem na cobertura diária dos clubes – especialmente no tratamento dado à rivalidade entre Madri e Barcelona, escancarada em sites e diários de grande circulação.
“Os jornalistas de Madri defendem os atletas do Real, e os de Barcelona defendem os do Barça. Agora mesmo há uma campanha para que Sergio Ramos (zagueiro do Real Madrid) seja Bola de Ouro. Há gente mais séria e há quem não seja. Há os dois tipos, mas a maioria é passional. Alguns são futebolistas frustrados”, avaliou.
Os atuais campeões já estão em Salvador para a estreia na Copa do Mundo diante da Holanda, nesta sexta-feira, às 16h.