Maria José Rocha Lima*
Hoje recebi do estimado Paulo Sena, consultor Legislativo da Câmara dos Deputados, uma notícia alvissareira: espaços da Câmara dos Deputados recebem nomes de brasileiras ilustres. Quando deputada estadual na Bahia, apresentei projetos nesse sentido. Entre as propostas, a de nomeação da Comissão de Direitos Humanos com o nome da heroína Luiza Mahin. Em carta escrita pelo poeta e abolicionista Luiz Gama (1830-1882) ao seu amigo Lúcio Mendonça, ou em obras como a escrita por Pedro Calmon, ela figura destacadamente na luta contra a escravidão.
O Ato de Homenagem estará sendo realizado nesta quarta-feira (16). A primeira-secretária da Casa, deputada Soraya Santos (PL-RJ), conduziu o ato a partir das 10h, o descerramento das placas em homenagem a Ceci Cunha, no Plenário 2 das comissões; Anésia Pinheiro Machado, no Plenário 11, e Marília Chaves Peixoto, no Plenário 13. Já o corredor de acesso ao Plenário da Câmara dos Deputados receberá placa com o nome de Tereza de Benguela.
Também será inaugurada a Ala Celina Guimarães Viana, no Anexo II, onde fica a galeria histórica das deputadas federais. Mulheres que se destacaram na História do Brasil passam a dar nomes a espaços da Câmara dos Deputados.
Anésia Pinheiro Machado foi aviadora, proclamada, em 1954, decana mundial da Aviação Feminina pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI); Ceci Cunha, deputada federal assassinada em 1998, em crime encomendado por seu suplente com o intuito de tomar-lhe a vaga no Parlamento; Celina Guimarães Viana, professora, foi patrona do voto feminino no Brasil; Marília Chaves Peixoto, matemática e engenheira, considerada autoridade mundial na área. A cientista e pesquisadora foi a primeira mulher brasileira a ingressar na Academia Brasileira de Ciências, em 1951, sendo também a primeira mulher membro efetiva da instituição; Tereza de Benguela, ícone da resistência negra no Brasil colonial que liderou, durante o século 18, o Quilombo do Piolho – o maior do estado de Mato Grosso –, também conhecido como Quilombo do Quariterê. Sob sua liderança, mais de 200 pessoas das comunidades negra e indígena resistiram à escravidão por décadas.
Os projetos de resolução que fazem as homenagens foram aprovados no último dia 10 pelo plenário. São de autoria da líder da bancada feminina na Câmara, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), com a exceção do que homenageia Celina Viana, que é de autoria da deputada Aline Gurgel (PRB-AP).
As louváveis iniciativas têm como propósito reconhecer mulheres que prestaram relevantes serviços à Nação e ao Congresso Nacional.
*Maria José Rocha Lima é mestre e doutoranda em educação. Foi deputada estadual da Bahia de 1991 a 1999. É presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. Dirigente da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Psicanálise- ABEPP.