domingo, 30/03/25
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Entenda a operação de compra do Banco Master pelo BRB

BRB passa a ter 15 milhões de clientes, R$ 112 bilhões em ativos e R$ 72 bilhões em carteira de crédito

Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
BRB

 

 

 

O Banco de Brasília (BRB) recebeu autorização do conselho de administração para a compra e venda de 58% das ações do Banco Master. Em bom português, o BRB está comprando o Master. Trata-se de uma operação estimada em R$ 2 bilhões e que ainda depende da aprovação de instituições competentes, como Banco Central e Cade.

A partir dessa aquisição, o BRB passa a ter 15 milhões de clientes, R$ 112 bilhões em ativos, R$ 72 bilhões em carteira de crédito e mais de R$ 100 bilhões em captações.

É uma das maiores operações financeiras dos últimos tempos.

“A autorização marca um momento muito especial do BRB, em que o banco se posiciona no mercado financeiro de maneira completa, moderna e inovadora, com capacidade de atender a todas as necessidades de seus clientes. A aquisição, quando autorizada, torna o BRB um dos 10 maiores bancos brasileiros em carteira de crédito”, disse o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, ao Metrópoles.

O fundador do Banco Master, Daniel Vorcaro, afirmou ao Metrópoles que a operação marca o início de um novo ciclo para o Banco Master e para o mercado financeiro brasileiro. “O novo conglomerado vai trazer novas soluções, produtos para o mercado brasileiro, o que será positivo para clientes e investidores”, disse Vorcaro.

Leia entrevista exclusiva do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, ao Metrópoles:

Qual o objetivo do BRB ao comprar boa parte das ações do Master?

O nosso objetivo é ampliar o tamanho do BRB, ampliar nossa atuação no mercado em segmentos que o Master opera e, assim, trazer complementariedade de negócios ao BRB. Esse movimento vai fortalecer a nossa governança e dar ao BRB acesso a recursos especializados de tecnologia, inovação e de atuação nos setores de mercados de capitais, câmbio, middle e corporate e de cartão de crédito consignado.

Quanto o BRB está pagando na operação?

Nós estamos pagando 75% do valor patrimonial ajustado do Master. Isso equivaleria hoje a aproximadamente R$ 2 bilhões, já que o banco está avaliado em R$ 4,2 bilhões, segundo o mais recente balanço da instituição.

O que o BRB está comprando exatamente?

Estamos comprando a expertise, o posicionamento em segmentos de interesse do BRB, e criando um novo conglomerado prudencial maior, mais forte e mais competitivo, capaz de disputar no mercado financeiro brasileiro, ao oferecer uma experiência completa e única a seus clientes. Nosso objetivo é ser um banco completo, moderno, inovador para todos os segmentos de clientes pessoa física e pessoa jurídica.

Como será paga esta operação?

A operação será paga em dinheiro, quando concluídas todas as diligências, ou seja, um conjunto de condições estabelecidas em contrato de compra e venda e a operação aprovada pelos órgãos competentes. A forma de pagamento consiste em 50% à vista, no mínimo 25% será depositado em uma conta escrow, dinheiro que ficará retido por até seis anos para cobrir contingências identificadas na diligência.

O Master como marca deixa de existir?

Sim. Após as aprovações legais, os dois bancos atuarão sob a marca BRB. Depois da confirmação da compra, o Banco Master passa a ser parte integrante do conglomerado do BRB.

A operação terá de passar pela avaliação do BC?

Sim. Neste momento, o que estamos anunciando é a assinatura do contrato de compra e venda, de um acordo de acionistas e de um plano de transição que serão submetidos ao Banco Central e ao Cade para análise.

O banqueiro Daniel Vorcaro é o principal acionista do Banco Master. Qual a função dele a partir dessa operação?

Após a aprovação dessa operação pelos órgãos competentes e o cumprimento das condições contratuais, Daniel Vorcaro passará a compor o conselho de administração do antigo Banco Master.

O modelo de negócios do Banco Master tem sido criticado por envolver operações não usuais. O Master carrega, entre seus ativos, precatórios e ações de empresas em dificuldade financeira, cujos papéis tiveram valorizações astronômicas, gerando questionamentos. A compra do Master é de fato vantajosa para o BRB?

Na operação de aquisição dessas ações do Banco Master, foi definido um novo posicionamento para o novo conglomerado, em que um conjunto de determinados ativos, entre esses precatórios, direitos creditórios oriundos de ações judiciais e ativos de renda variável, não fazem parte da operação e serão retirados do escopo antes da entrada no BRB. Todos esses ativos objetivo de discussão pela CVM não farão parte do escopo da operação com o BRB.

O BRB é um banco público do Distrito Federal, originalmente. O que a população da capital federal ganha com essa operação?

A população do DF ganha em várias frentes. Um banco maior, mais competitivo e mais rentável vai desempenhar melhor as suas funções de banco público de fomento, vai oferecer mais produtos e serviços a todos os clientes e à sociedade, e vai pagar mais dividendos ao acionista controlador, que é o Distrito Federal. Esses recursos serão direcionados ao bem-estar da população e a mais investimentos em obras, escolas, hospitais.

 

Fonte: Metrópoles 

 

 

 

 

 

 

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