Maria José Rocha Lima
Em 2022, meu irmão, vamos seguir com fé tudo que ensinou o Homem de Nazaré, como propôs o cantor e compositor Antonio Marcos. Também para o autor de O Homem de Nazaré, “reis e rainhas que esse mundo viu. Todo o povo sempre dirigiu, caminhando em busca de uma luz, sob o símbolo de sua cruz. E eu sou ligado no que Ele falou, sou parado no que Ele deixou. O mundo só será feliz se a gente cultivar o amor”.
E prosseguiu: “Ele era um Rei, mas foi humilde o tempo inteiro, Ele foi filho de carpinteiro e nasceu em uma manjedoura. Não saiu jamais muito longe de sua cidade, não cursou nenhuma faculdade, mas na vida Ele foi doutor. Ele modificou o mundo inteiro. Ele revolucionou o mundo inteiro”. Mas ainda há quem queira implantar terror.
Basta de guerras! O mundo só será feliz se a gente cultivar o amor.
Não bastaram as guerras sangrentas do século XX, guerras de proporções catastróficas, reconhecidas por muitos de seus contemporâneos como guerras “apocalípticas”?
Na Primeira Guerra Mundial, embora haja algum debate sobre o verdadeiro número de vítimas, fala-se em 30 milhões de pessoas mortas. A Segunda Guerra Mundial foi o conflito militar mais mortal da história. Um total estimado de 70 a 85 milhões de pessoas pereceram, o que representou cerca de 3% da população mundial de 1940 (est. 2,3 bilhões).
Não bastaram as duas bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki. As eliminações de vidas nos regimes totalitários de Adolph Hitler e Joseph Stalin, além da Guerra da Coreia e outras guerras que estouraram na Ásia, como a Guerra do Vietnã, que tiveram suas origens nessas divergências ideológicas entre ocidentais e soviéticos.
Na Guerra Fria, apareceram as divergências entre as potências vencedoras em razão das diferentes visões de mundo e dos diferentes projetos políticos. No mundo ocidental, prevaleceu o modelo da economia de mercado e do sistema democrático de direito. Na Europa Oriental e em grande parte da Ásia, prevaleceu a economia estatal planificada, regida pelo sistema comunista. Houve, progressivamente, uma divisão geopolítica do mundo entre uma zona de influência encabeçada pelos Estados Unidos, que abrangia a Europa Ocidental, o Continente Americano e a Oceania, e uma zona de influência soviética, que se apossava da Europa Oriental e de quase toda a Ásia.
Essas divergências passaram a ficar evidentes e assustadoras com a Guerra das Coreias – em que havia e há um núcleo apoiado pelos soviéticos (o norte-coreano) e outro apoiado pelos ocidentais (o lado Sul da Coreia), os conflitos na Ásia e no Oriente Médio. Além desses conflitos setoriais com motivações político – ideológicas, vêm ocorrendo os Conflitos Árabe-Israelenses, que tinham e têm motivação político-religiosa.
No final do Século XX, novos conflitos tiveram início após o reconhecimento do Estado de Israel, pela ONU, em 1948. Países de orientação muçulmana, como Egito, Transjordânia, Iraque, Síria e Líbano, não reconheceram a legitimidade da existência do Estado de Israel e entraram em guerra contra esse país.
A Guerra Fria, que parecia ter acabado, vem mesmo é se metamorfoseando em outras formas de “guerra” além da convencional, como a guerra por informação, contrainformação e espionagem, protagonizadas pelas agências secretas americana e soviética, CIA e KGB; a “corrida armamentista”; a “corrida espacial”.
Agora, a mais incomum de todas, apontada por alguns cientistas políticos, a guerra biológica. Caso essa estratégia de guerra seja provada, estaremos no topo da maldade. Aqui, cai muito bem a música dos 3 do Nordeste “O que a gente faz. É por debaixo dos panos, pra ninguém saber, é por debaixo dos panos, se eu ganho mais, é por debaixo dos panos, se vou perder”.
A guerra biológica é sem discussão, sem articulações, plenamente, visível. Está sob as recomendações, meramente aparentes, quase inúteis, das organizações internacionais, cheias de pompas e conversinhas “ditas científicas”. E por debaixo do pano a guerra biológica ganha proporções inimagináveis, com um número elevado de mortes, sem sangue visível, sem a necessidade de uso de armas, provocando custos financeiros extraordinários para uns e lucros fantásticos para outros, numa das tentativas mais “geniais para o mal” de inverter as lógicas de poder, deslocando, até mesmo, impérios, sem um tiro sequer, criando um novo centro de poder para o mundo. Por baixo dos panos.
*Maria José Rocha Lima mestre e doutoranda em educação. Foi deputada de 1991 – 1999. Presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. Diretora da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Psicanálise. Membro da Soroptimist International – SI Brasília Sudoeste.