Dia da votação teve desde eleitores usando roupas típicas até uma bomba da Segunda Guerra Mundial desativada; três candidatos são os principais na corrida para ocupar o cargo da chanceler, que passou 16 anos no poder – mais do que qualquer outro líder na história do país.
Eleitores alemães vão às urnas neste domingo (26) para decidir quem vai suceder a chanceler Angela Merkel, após quatro mandatos e 16 anos no poder – mais do que qualquer outro líder na história do país.
A votação começou às 3h e vai até as 13h no horário de Brasília (8h às 18h no horário local) – quando haverá uma boca de urna indicando a votação de cada partido. A partir dela, será negociada uma coalizão. Dependendo dos resultados, o novo governo pode ser formado muito rapidamente ou só depois de muitas semanas de negociação. As pesquisas mostram os partidos CDU e SPD muito próximos.
Três candidatos são considerados os principais, tendo liderado em algum momento as pesquisas e com alguma chance de vitória: Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), Armin Laschet, da União Democrata Cristã (CDU) – mesmo partido que Merkel – e Annalena Baerbock, do Partido Verde (conheça mais detalhes sobre cada um ou veja o vídeo acima).
Candidato mostra cédula de votação
Um dos candidatos a chanceler, Armin Laschet, cometeu um erro ao votar: ele não dobrou a cédula corretamente – e a colocou dentro da urna com o voto aparecendo.
Veja na foto abaixo:
Como o voto é secreto, o eleitor precisa dobrar a cédula de forma que ele não fique visível. Se ficar, o comitê eleitoral terá que rejeitá-lo. Não ficou claro se isso ocorreu com o voto de Laschet.
Compare, abaixo, a cédula dobrada de Annalena Baerbock, candidata dos Verdes:
Roupas típicas, bomba da Segunda Guerra, político nadador…
Em algumas partes do país, as pessoas usaram fantasias ou vestimentas típicas de sua região para ir às urnas:
Por outro lado, a preocupação em algumas regiões foi com as máscaras – o uso delas é obrigatório nos locais de votação neste domingo, por causa da pandemia do coronavírus.
No estado da Renânia do Norte-Vestfália, entretanto, as cidades já se preparavam para os que se recusam a usar o item: para isso, foram montadas urnas móveis do lado de fora dos locais de votação.
Na cidade de Wuppertal, no mesmo estado, os moradores tiveram um atraso na ida à urna depois que uma bomba não detonada da Segunda Guerra Mundial foi encontrada na noite de sábado (25).
Na manhã deste domingo, cerca de 400 pessoas que viviam em um raio de 250 metros do local da bomba foram transferidas para um abrigo temporário dentro de uma escola, para aguardar que o dispositivo fosse desativado, segundo a Deutsche Welle.
Já quem vivia um raio de 500 metros foi orientado a permanecer em casa até que a bomba fosse desativada – o que ocorreu pouco antes do meio-dia no horário local. Cinco locais de votação estavam na área indicada, mas, mesmo assim, não fecharam: algumas pessoas que ignoraram os avisos oficiais ainda puderam votar.
Em Berlim, a capital alemã, os bombeiros precisaram intervir para que a equipe responsável pela votação conseguisse entrar no local de voto. Isso porque houve um problema com a fechadura eletrônica do lugar, no bairro de Mitte, no centro da cidade.
Em Hamburgo, no norte do país, o membro do Parlamento alemão Manuel Sarrazin, dos Verdes, foi nadando até o seu local de votação. O político pediu doações para presos políticos em Belarus e prometeu que, se fossem doados 500 euros até o dia do pleito, ele pularia em um rio da cidade, nadaria 500 metros até o lugar de votação e daria seu voto usando uma roupa de banho vermelha.
Como mais de mil euros foram doados, ele cumpriu a promessa:
Falas
Baerbock se dirigiu aos eleitores neste domingo, em uma postagem feita na rede social Twitter: “Viver em democracia significa ter uma escolha. Isso é um grande bem – vamos usá-lo. É sobre o futuro de todos nós. Se você quer um governo do clima, deve escolher o [Partido] Verde hoje”, disse.
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu às pessoas que fossem votar neste domingo: “vamos votar juntos – por uma democracia forte e um futuro brilhante”, escreveu em um comentário para um jornal de domingo. (G1)