quarta-feira, 04/06/25

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Eleição para Constituinte no Chile tem mais de 3.500 candidaturas

Votação será em 11 de abril, junto com os pleitos que decidirão os novos prefeitos, vereadores e governadores

Presidente do Colégio de Parteiras do Chile, Anita Roman é uma das candidatas da "Lista do povo", que reúne lideranças sociais e pessoas que ficaram conhecidas durante os protestos chilenos, para redigir a nova Constituição Foto: Claudio Reyes / AFP
Presidente do Colégio de Parteiras do Chile, Anita Roman é uma das candidatas da “Lista do povo”, que reúne lideranças sociais e pessoas que ficaram conhecidas durante os protestos chilenos, para redigir a nova Constituição Foto: Claudio Reyes / AFP

SANTIAGO — Mais de 3.500 pessoas inscreveram suas candidaturas na segunda-feira para a eleição da Assembleia Constituinte do Chile, que vai redigir a nova Constituição do país, segundo o jornal chileno La Tercera. A votação, em 11 de abril, abre um ano eleitoral que se encerrará com a eleição presidencial.

O Serviço Eleitoral (Servel) informou que, das pouco mais de 3.500 pessoas autorizadas a se candidatarem às 155 cadeiras do órgão que irá redigir a nova Constituição, 2.213 são candidatos independentes e quase 200 são representantes dos povos indígenas — que concorrem a 17 assentos reservados para eles.

O Servel ainda irá anunciar as listas dos candidatos que apresentaram a documentação exigida e vão de fato concorrer.

— Hoje é um dia muito importante para os eleitores, estamos a 90 dias das eleições que podem ser a mais importantes da História — declarou Patricio Santamaria, presidente do Servel, à rádio Pauta.

A redação da nova Constituição foi definida em plebiscito realizado em 25 de outubro, quando 78% apoiaram a convocação da Constituinte.  Ela substituirá a Carta herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

O plebiscito foi uma resposta política aos protestos contra a desigualdade que explodiram em outubro do ano passado e puseram em xeque o modelo de desenvolvimento chileno. A Constituição herdada da ditadura virou alvo porque ela reserva um papel secundário ao Estado no provisão de saúde, educação e outros serviços públicos. Além disso, deixou uma Previdência totalmente privatizada, que faz com as aposentadorias pagas sejam muito inferiores aos salários recebidos durante a vida.

Na inscrição das candidaturas, os partidos de direita no governo se agruparam em uma única coalizão, mas a oposição de esquerda se fragmentou em pelo menos cinco listas. Ainda há os candidatos independentes, sem respaldo de partidos, que precisam coletar 500 assinaturas para oficializar sua indicação.

Segunda-feira também foi o último dia para candidatos se inscreverem às eleições de prefeitos, governadores e vereadores, que também serão realizadas em 11 de abril. A expectativa é de que, na data, cerca de 14 milhões de cidadãos irão às urnas.

O ano irá se encerrar com as eleições presidenciais de 21 de novembro. Ainda não há nenhum nome que tenha chances consideradas sólidas para suceder o atual presidente Sebastián Piñera.

As últimas pesquisas colocam como favoritos em uma eventual disputa o subprefeito de direita de Las Condes, na cidade de Santiago, Joaquín Lavín, e o subprefeito de Recoleta, também na capital chilena, Daniel Jadue, do Partido Comunista.

AFP e O Globo

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