“Então, eu perguntei como fazer para tirar essa maldição. Ele disse que eu tinha que ir à igreja para me ungir com um óleo. Mas ele disse que tinha que me ungir pelada”, relembrou. “Na hora, eu fiquei assustada e falei que não. Disse que nunca mais voltava na igreja dele”, completou.
Nova aproximação
Depois do ocorrido, Júlia deixou de manter contato com o bispo. Um ano depois, porém, a jovem conta que o homem tentou uma nova aproximação, de outra maneira. “Ele me mandou mensagem no Instagram e tentou puxar conversa comigo no início de 2019.”
“Veio perguntar se eu ainda estava com meu marido, porque ele teria um amigo empresário e rico que estava interessado em mim. Disse que esse amigo queria saber se eu fazia ‘programa’. Com certeza, ele queria saber disso para ele mesmo”, comentou.
Desde então, ela nunca mais voltou a falar com o homem. Ao ver notícias sobre a prisão do acusado, Júlia o reconheceu. Foi quando viu que não havia sido a única mulher vítima dele. “Familiares me falaram para eu procurar a delegacia. Mas fiquei com medo de me meter nessas coisas. Agora, acho que outras [vítimas] possam ter sentido isso também.”
Rumores
Na igreja, de acordo com ela, rumores sobre os crimes que João Batista cometia são frequentes desde 2013, quando foi registrado o primeiro caso de abuso sexual pelo qual o homem respondia.
“Antigamente, a igreja dele era muito cheia. Depois do primeiro escândalo, já não ia tanta gente como antes. Então, ele começou a mudar de endereço várias vezes”, revelou. Conforme Júlia, em oito anos, a igreja mudou de endereço pelo menos quatro vezes.
Apesar de a Polícia Civil (PCDF) ter encerrado as investigações, o delegado chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), Pablo Aguiar, pede que novas vítimas não hesitem em procurar a unidade para denunciar.
* Nome fictício a pedido da vítima
As informações são do Metrópoles