Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o ano de 2024 pode ser ainda mais quente do que 2023
Nasa disponibilizou um mapa do planeta que mostra a alteração no nível do Oceano Pacífico causada pelo El Niño, notada de 1º a 10 de junho de 2023. Nas imagens, os tons de azul sinalizam que o mar está abaixo do nível médio do oceano, enquanto as áreas brancas representam as condições normais do volume e o vermelho sinaliza onde o mar estava mais alto que o habitual – (crédito: Sentinel-6 Michael Freilich / Nasa)
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou, nesta quarta-feira (8/11), que o fenômeno climático El Niño deve durar até, pelo menos, abril de 2024 e contribuir para um novo aumento de temperaturas em várias partes do mundo. O próximo ano pode ser ainda mais quente do 2023 e algumas regiões serão impactadas por eventos extremos, como ondas de calor, chuvas fortes e incêndios florestais.
“Os impactos do El Niño na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento, neste caso em 2024. Mas como resultado das temperaturas recordes da terra e da superfície do mar desde junho, o ano de 2023 está agora no caminho certo para ser o ano mais quente registrado. O próximo ano pode ser ainda mais quente. Isto deve-se clara e inequivocamente à contribuição das crescentes concentrações de gases com efeito de estufa que retêm o calor provenientes das atividades humanas”, explicou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
Segundo a OMM, o El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos e normalmente dura de nove a 12 meses. O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento persistente da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, podendo se estender desde a costa da América do Sul até o meio do Pacífico Equatorial. Desde maio de 2023, a temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial aumentou cerca de 0,5 °C acima da média e 1,5 °C em setembro de 2023.
A Organização Meteorológica Mundial ressalta que, em meio a eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, as comunidades vulneráveis são mais suscetíveis a sentirem impactos maiores. “Sobre os desastres, o número de eventos de médio ou grande porte previsto é de 560 por ano, ou 1,5 por dia, até 2030. Em países com cobertura limitada de alerta precoce, a mortalidade por desastres é oito vezes maior do que em países com cobertura substancial ou abrangente”, diz a OMM.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, tem afirmado que o planeta saiu do contexto de “aquecimento global” para entrar em um cenário que pode ser classificado como “ebulição global”. (CB)