Durante a programação, os professores de línguas participaram de oficinas sobre diversidade cultural, inclusão, preconceito de classe, gênero, identidade e letramento crítico

Intercâmbio cultural, valorização da diversidade e aprimoramento do ensino de idiomas marcaram a 2ª Jornada de Línguas Estrangeiras da rede pública, realizada na quarta-feira (20), na Unidade-Escola de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape). A iniciativa da Secretaria Educação (SEEDF), promovida por meio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), tem como objetivo a capacitação de professores dos centros interescolares de línguas (CILs) e demais educadores da rede sobre as temáticas apresentadas.
Com o tema “Ensino e aprendizagem de línguas para a inclusão e a diversidade”, o encontro contou com mesas-redondas, oficinas e a participação de representantes de embaixadas parceiras — Alemanha, Espanha, Argentina, França, Japão, Mali e Congo. A programação permitiu ao público conhecer mais sobre a língua, cultura e tradições dos países, fortalecendo a compreensão sobre diversidade e internacionalização.
De acordo com a diretora de Educação Inclusiva da SEEDF, Dulce Alvin, a jornada representa a ampliação do acesso aos CILs para todos, em especial pessoas com deficiência e imigrantes. “Temos uma sociedade muito diversificada, e esses sujeitos devem estar presentes em todos os espaços educacionais”, avaliou a gestora. “A inclusão não é apenas um direito, mas uma responsabilidade nossa como gestores e educadores”.
Por sua vez, a diretora de Educação em Tempo Integral da Subin, Érica Martins, lembrou que a inclusão envolve também diversidade de gênero, raça e integração de imigrantes: “É fundamental que o CIL seja um espaço de acolhimento, onde estudantes com deficiência e imigrantes possam aprender línguas e sentir-se parte da sociedade”.
Programação
Durante a programação, os professores de línguas participaram de oficinas sobre diversidade cultural, inclusão, preconceito de classe, gênero, identidade e letramento crítico. A docente de francês da rede pública Valesca Porto, especialista em ensino de línguas, ministrou uma atividade voltada para gênero e identidade. “Compreender essas questões é fundamental para que o professor transforme a sala de aula em um espaço de inclusão, reflexão e respeito à diversidade”, explicou.
A venezuelana Diana Ysabel Mundaraín, aluna do CIL Guará na modalidade Português como Língua de Acolhimento (Plac), participou da mesa-redonda e falou sobre o apoio emocional recebido no aprendizado do português. “Esta escola é fundamental”, relatou. “Nós, imigrantes forçados, chegamos aqui trazendo um pedaço do mundo antigo e também as dores. E, ao interagir no CIL, compartilhamos histórias, perspectivas e visões que expandem os horizontes de todos, principalmente ao ter contato com outros imigrantes de diferentes países”.
Segundo ele, o CIL oferece aprendizado próximo da vivência social, promovendo a inserção real dos imigrantes. “Essa nova experiência com a Escola de Línguas no Guará foi totalmente incrível”, disse. “É muito estimulante estar com colegas de outras nacionalidades, como africanos e colombianos. Nós experimentamos a música, a culinária do Brasil e também de outros países”.
A representante da Assessoria de Relações Internacionais do Distrito Federal, Maria Luiza Lourenço, ressaltou a parceria com a SEEDF e destacou Brasília como capital plural, sede de cerca de 140 embaixadas e referência em acolhimento de imigrantes e refugiados. “Nosso papel é aproximar as embaixadas do GDF e das escolas, fortalecendo a troca cultural e o intercâmbio de conhecimentos”, pontuou. “Além disso, a rede de apoio existente no Distrito Federal facilita a inserção de refugiados e imigrantes, oportunizando a integração e a construção de uma nova vida”.
Com informações da Secretaria de Educação