A crise da segurança no Distrito Federal chegou ao comando do PT. Foi encaminhado ao presidente nacional petista, Rui Falcão, relato sobre integrantes do partido que instigam o movimento. O caso foi qualificado como “gravíssimo”. O alvo principal, evidentemente, é o deputado Patrício, acusado de descumprir a orientação de apoio ao governador Agnelo Queiroz e de estimular a insubordinação entre militares.
Mesmo com as manobras para obstruir os trabalhos da Câmara Legislativa, os distritais que agora apoiam a mobilização de policiais militares e bombeiros não limparam a ficha com a categoria. Entidades representativas do setor, caso da Associação dos Oficiais da Reserva e Reformados da PM e do CBMDF, desautorizaram os parlamentares. Para o presidente da Associação, coronel Mauro Brambilla, ‘o esforço de integrantes da Câmara Legislativa do DF para aparecer na intermediação das negociações dos policiais e bombeiros militares chega a soar como um deboche”.
Líder do bloco PT-PRB na Câmara Legislativa, o distrital Chico Vigilante minimiza a importância da paralisação desencadeada na Câmara Legislativa pela bancada da bala, com respaldo das três deputadas formalmente oposicionistas. “Os que estão se dizendo em obstrução”, alfineta Chico Vigilante, “são os mesmos que passaram todo o ano passado em obstrução”.
De qualquer forma, a rebelião dos deputados ligados a corporações da área da segurança exibiu a fragilidade da mega base de apoio do Buriti, que em tese teria 21 dos 24 distritais. Nada menos do que 13 distritais, maioria absoluta da Câmara, tinham até a noite de ontem declarado apoio à mobilização dos policiais militares e bombeiros.
O espírito ameno do presidente da Câmara Legislativa, o petista Wasny de Roure, deixa-o em situação confortável com todos os colegas. Ao esbarrar ontem em uma esbaforida Liliane Roriz nos corredores do plenário, Wasny gentilmente cumprimentou a distrital. Mesmo às pressas, Liliane parou e não perdeu a oportunidade de lhe dizer que, quando precisasse de algo, poderia contar com ela. “Pode esperar que eu vou precisar contar mesmo, deputada”, avisou Wasny, enigmático.