Após a prisão do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, na manhã desta quinta-feira (6), o governador João Doria decidiu afastá-lo do cargo.
Baldy (PP) foi um dos alvos de seis mandados de prisão temporária expedidos pela 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, comandada pelo juiz Marcelo Bretas.
A prisão foi vista como uma chance de que o posto venha a ser reocupado por um nome com conhecimento técnico aprofundado em um momento em que a pasta tem projetos relevantes no horizonte.
Baldy é visto como alguém de fora. A frequência com que o secretário viajava a Brasília, onde mantém a casa em que os agentes federais apreenderam R$ 90 mil, era comentada no setor, que considerava a agenda dele em São Paulo restrita. Em outra residência dele, em Goiânia, a PF também achou R$ 110 mil.
A investigação não tem relação com o trabalho de Baldy na gestão do governador João Doria (PSDB) em São Paulo.
Sob a gestão da Secretaria de Transportes Metropolitanos estão projetos estratégicos para Doria, como a construção de um monotrilho para ligar a estação Aeroporto da CPTM aos terminais de Cumbica. Se a obra andar, poderá ser vista como um contraponto entre Doria e Geraldo Alckmin. Quando assumiu o governo, Doria chamou de “bizarra” a falta de conexão deixada por seu antecessor no trecho.
A pasta abriga também a concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM. O projeto de 30 anos de concessão das duas linhas, que em 2019 superaram 1 milhão de passageiros em dia útil, envolve um investimento de aproximadamente R$ 2,6 bilhões em melhorias nas linhas nos primeiros seis anos.
Também está lá o projeto da linha 6-laranja do metrô, um dos maiores projetos de infraestrutura da América Latina, com 15 quilômetros de extensão e 15 estações, que a espanhola Acciona recentemente assumiu.
*As informações são da FolhaPress