Nesta segunda-feira (25), a moeda norte-americana avançou 1,44%, a R$ 4,8755.
O dólar fechou em alta de 1,44%, cotado a R$ 4,8755, nesta segunda-feira (25). Esse foi o maior patamar de fechamento desde 22 de março (R$ 4,9153).
Nesta sessão, os mercados globais ficaram atentos aos impactos das restrições de combate ao coronavírus na China e elevaram as apostas de uma alta maior dos juros nos EUA.
Na máxima do dia, a divisa norte-americana chegou a R$ 4,9486, um salto de 2,99%. Veja mais cotações.
Com o resultado desta segunda, a moeda norte-americana acumula alta de 2,44% no mês e queda de 12,54 no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os mercados globais operaram em queda em meio às expectativas de juros mais altos nos Estados Unidos e temores sobre a situação sanitária na China, onde as restrições anticovid ameaçam o crescimento econômico. Investidores avaliaram notícias sobre um possível lockdown em Pequim.
As bolsas da China registraram a maior queda desde fevereiro de 2020. Já os preços do barril de petróleo caíram mais de 4%.
“Como a China é a segunda maior economia do mundo, essa situação tem um efeito direto no mercado de commodities”, destacou Walid Koudmani, analista da XTB.
Dezenas de cidades chinesas seguem em situação de lockdown, com centenas de milhões de habitantes confinados em suas casas, com acesso limitado a alimentos e medicamentos. Em Xangai, que segue na sua quinta semana de lockdown, as restrições foram parcialmente relaxadas, com cerca de 8 milhões de habitantes podendo sair de casa, sem deixar os seus bairros, mas mais de 4 milhões seguem em confinamento.
Nos EUA, grandes bancos já cogitam até duas altas de 75 pontos base na taxa básica de juros em junho e julho em razão da disparada da inflação. O presidente do Fed, Jerome Powell, declarou na quinta-feira que um aumento de meio ponto percentual na taxa básica “está sobre a mesa” na próxima reunião do banco central americano no início de maio.
Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar.
Na cena doméstica, o foco segue nos próximos passos do Banco Central após o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmar que o Copom estará pronto para ajustar o tamanho de seu ciclo de aperto no caso de choques inflacionários maiores ou mais persistentes do que o esperado. A Selic está atualmente no patamar de 11,75%.
Na cena política, a crise entre o governo e o Judiciário ganhou um novo capítulo, após o Ministério da Defesa reagir a uma fala do ministro Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas estariam orientadas a atacar o processo eleitoral.
O ministro Luís Roberto Barroso afirmou no domingo que as Forças Armadas “estão sendo orientadas para atacar o processo” eleitoral brasileiro e “tentar desacreditá-lo”. Após a fala, o Ministério da Defesa divulgou nota dizendo tal afirmação é “irresponsável”.
No Congresso, líderes do chamado centrão — bloco de apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Congresso — tentam avançar nas negociações de um projeto de lei que visa anistiar apoiadores que são alvos de investigações por crimes de natureza política desde 2018, além de livrar Daniel Silveira da cassação do mandato, segundo o Blog da Andréia Sadi.
Com g1*