Evento da Secretaria da Mulher leva tema às escolas para conscientizar crianças e adolescentes sobre respeito, empoderamento e proteção

Com o objetivo de fortalecer o papel da escola na prevenção e no combate à violência contra a mulher, a Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF), em parceria com a Secretaria de Educação (SEEDF), promoveu nesta quarta-feira (9) a palestra “O papel dos gestores de educação no enfrentamento da violência doméstica”. O encontro reuniu 100 diretores de escolas públicas de Samambaia, região que também abriga o programa Mães Mais Que Especiais, voltado ao acolhimento de mães atípicas.
A ação buscou capacitar os gestores escolares para atuarem como agentes multiplicadores na conscientização de crianças e adolescentes sobre a importância do respeito aos direitos das mulheres e da equidade de gênero. Durante a palestra, foram apresentados os programas Maria da Penha Vai à Escola e o Programa de Prevenção à Violência Doméstica (PPV), ambos desenvolvidos pela SMDF.
Para a vice-governadora Celina Leão (PP), o ambiente escolar é um espaço fundamental para a transformação social. “Nós sabemos que as crianças são multiplicadoras natas. Elas cobram em casa o que aprendem na escola. Ações como essa reforçam a importância do ambiente escolar como espaço para conscientização, empoderamento feminino e, também, acolhimento às vítimas – um importante trabalho que inclui ainda os cuidados com as mães atípicas, por meio do Mães Mais Que Especiais”, destacou.
A diretora do Centro Educacional 619 de Samambaia, Alice Macera, ressaltou a relevância das informações recebidas para o cotidiano escolar. “Nosso trabalho também é observar para poder ajudar, quando for o caso. Esses cursos são muito importantes, pois as informações se tornam mais robustas para que a gente possa passar para as mães e as famílias”, afirmou.

Já Elaine Moraes, diretora da Escola Classe 121, chamou a atenção para o fato de que, mesmo entre crianças menores, há convivência com diferentes formas de violência, muitas vezes invisíveis. “Eles são muito atentos e reportam o que acontece nas escolas, então nós recebemos essas informações e passamos para eles com uma linguagem adequada, de modo que eles passem a perceber episódios de violência como não naturais”, disse.
A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, reforçou que a educação é o caminho mais eficaz para romper o ciclo da violência. “Aqui somos multiplicadores da paz, e os caminhos que queremos multiplicar são os da prevenção e da proteção das mulheres”, afirmou.
Durante o evento, os participantes também conheceram os comitês de proteção à mulher, estruturas já implementadas em diversas regiões administrativas, como Itapoã, Ceilândia, Estrutural, Sobradinho e Lago Norte. Os comitês atuam com profissionais capacitados para atendimento, escuta qualificada e encaminhamento de casos de violência.
Para a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, a união entre educação e políticas públicas para mulheres é essencial: “A gente tem esse olhar especial. Vamos atender e trabalhar para ajudar essas mulheres que tanto precisam”.
A iniciativa mostra como a escola pode ir além do ensino tradicional, tornando-se um espaço de cidadania, respeito e apoio à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.