Michael Ryan, chefe do programa de emergências, afirmou nesta segunda que nova cepa pode ser detida, embora se propague de forma mais rápida. Para ele, novas restrições mostram que os países estão agindo com base no “princípio da precaução”.
Por G1
O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou nesta segunda-feira (21) que a nova variante do coronavírus “não está fora de controle”, mas que bloqueios adotados por diferentes países são “prudentes”.
A afirmação de que a variante B.1.1.7. estava “fora de controle” foi feita pelo ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, no domingo (20) para justificar novas medidas de isolamento social às vésperas do Natal.
Citando a taxa de reprodução do vírus, o diretor da OMS Michael Ryan alertou que a afirmação não é correta.
“Tivemos uma R0 (taxa de reprodução do vírus) muito superior a 1,5 em diferentes momentos da pandemia e conseguimos controlá-la. Portanto, essa situação não está, neste sentido, fora de controle”, declarou Michael Ryan, em coletiva de imprensa.
Ele disse ainda que “embora o vírus tenha se tornado um pouco mais eficiente em termos de propagação, ele pode ser detido”. Por outro lado, Ryan ressaltou que, ao impor novas medidas restritivas, os países estão agindo com base no “princípio da precaução” e que isso é “prudente”.
“As medidas atuais são boas. Devemos continuar fazendo o que temos feito até agora”, declarou.
Nesta segunda (21), diversos países da Europa e de outros continentes aderiram às restrições aos voos do Reino Unido, país onde uma nova variante de coronavírus foi detectada. (Veja mais abaixo).
Busca por evidências
A OMS afirmou ainda nesta segunda que não existem evidências de que a nova mutação do coronavírus aumente a gravidade da doença.
“O Reino Unido relatou que esta nova variante é transmitida com mais facilidade, mas não há evidências até o momento de que seja mais provável que cause doença grave ou mortalidade”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
A líder técnica da organização, Maria van Kerkhove, reforçou que todos os vírus passam por mutações e que cientistas de todo o mundo estão avaliando cada uma das mutações para entender sua importância.
“Estamos tentando determinar se a variação tem consequência para transmissão, se há diferença na severidade da doença, se há diferença na produção de anticorpos. Mas ainda não temos evidência de alterações no comportamento do vírus. Assim que nós soubermos, nós avisaremos”, disse a líder técnica.