
Miguel Lucena
Boa parte do que chamam de capital financeiro é fumaça bem embalada. O Banco de Compensações Internacionais estima centenas de trilhões em derivativos circulando como se fossem riqueza real, mas sem lastro produtivo. É aposta sobre aposta, um grande truque de ilusionismo global.
O caso do Banco Master mostra como essa bolha respinga aqui. O banco vendia CDBs lastreados em carteiras de crédito que, segundo a PF, eram em parte fictícias. O BRB despejou mais de R$ 12 bilhões nessas operações. Dinheiro que parecia sólido, mas era miragem.
E nesse mar de ilusões navega o dinheiro sujo. A ONU calcula até US$ 2 trilhões por ano lavados em bancos, imóveis, offshores e cripto. Uma parte da riqueza mundial é suor; outra, ilusão. E uma fatia, bem considerável, fede a crime.

