Os frequentes ataques terroristas ao redor do mundo trazem cada vez mais preocupação para os brasileiros. O medo de atentados é real, e os cuidados tornam-se necessários. Felizmente, nas recentes ameaças de bomba e ocorrências em que se constatou a presença de explosivos perigosos na capital federal, não houve feridos.
A Polícia Militar do DF tem uma equipe especializada nesse tipo de situação: o Esquadrão de Bombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Quando há suspeita de explosivos, esse é o time responsável por controlar a situação – como no caso em que o destacamento precisou explodir uma granada encontrada numa residência em Ceilândia, na última sexta (9/2).
Veja o momento em que a PM realizou a explosão controlada da granada:
Operação Petardo
Esse tipo de ação promovida pelo Bope tem nome: Operação Petardo. A denominação é usada quando a corporação atende a ocorrências nas quais a presença de explosivos é investigada. Em 2017, foram 34. O número reflete uma tendência de queda verificada nos últimos anos. De acordo com a PM, em 2016 houve 86 ocorrências registradas e, em 2015, 113.
“Antes, adolescentes diziam ter bombas nas escolas para não irem à aula, ou algum funcionário de ministério relatava ter algo suspeito em plena sexta-feira. Nós sempre evacuávamos o local, e as pessoas se aproveitavam da situação. Agora, vamos ao lugar e fazemos uma varredura, mas não o evacuamos”, explica o capitão Almeida Santos.
Segundo o militar, a redução de ocorrências e chamadas falsas se deve à edição da Portaria nº 43/2014, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social (SSP-DF). O documento contém instruções relativas às ações que envolvem substâncias ou artefatos explosivos.
A portaria, de 2014, estabelece que a tomada de decisão sobre o desencadeamento da Operação Petardo seja realizada mediante algumas hipóteses: suspeita da existência de substâncias ou artefatos explosivos; encontro de objeto suspeito; ameaça de explosão em determinado local; e treinamento dos órgãos vinculados à SSP.
Confira os números de 2017
O capitão Santos afirma que a Operação Petardo, a qual hoje conta com uma equipe de 20 militares, tem um custo elevado. Só os equipamentos básicos, como aparelho de raios X, traje antibomba e robô custam o equivalente a R$ 1,5 milhão. “O investimento em material para a atividade é grande. Vai desde a formação dos policiais em técnicos explosivos, com curso de três meses, à questão dos materiais antibomba, que são todos importados”, destaca.
Conforme a PM, não é possível precisar o custo de cada ocorrência, uma vez que a Operação Petardo envolve desde o acionamento com varredura no local até a desativação do artefato explosivo. Assim, os recursos são utilizados de acordo com cada caso. Além disso, o protocolo de planejamento também abrange a participação de outros órgãos da Segurança Pública.
Museu da República
Além da ocorrência em Ceilândia, outro caso recente ocorreu nas redondezas do Museu Nacional, na área central de Brasília, em 25 de janeiro. A corporação foi acionada após a localização de objeto semelhante a uma bomba no espaço externo. O artefato, com 10 cilindros interligados por fios, era um capacitor.
Utilizando robô e exames de raios X, a corporação verificou que não havia nenhuma substância explosiva no objeto. Com apoio do Corpo de Bombeiros, um buraco foi cavado, para se realizar a detonação com segurança.
O objeto foi encontrado por volta das 8h, em um monumento de cruz entre o Museu e a Biblioteca Nacional, complexo localizado a poucos metros do Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios. O autor da brincadeira deixou os cilindros próximo a um desenho que representa a morte.