Medidas não têm prazo para acabar. Racionamento afeta 13 regiões do DF, abastecidas pela bacia do Descoberto.
Mesmo com o início do racionamento no Distrito Federal, a cobrança da tarifa extra sobre a conta de água não será suspensa, informou o presidente da Caesb, Maurício Luduvice. Segundo ele, a medida ainda é necessária para fazer frente à crise hídrica mais grave registrada na história do DF. Veja aqui como vai funcionar o racionamento e os locais afetados.
“[A tarifa extra vai ser mantida] porque a gente está em uma crise hídrica muito séria. Não é apenas uma única medida. São várias. A gente vem, gradualmente, colocando essas medidas em prática, à medida em que a crise hídrica vai se agravando”, disse Luduvice.
Desde dezembro de 2016, o consumidor do DF recebe uma conta de água e esgoto até 20% mais cara. Ela só vale para quem usar mais que 10 mil litros de água ao mês (o necessário para uma família de quatro pessoas). Nesta quinta-feira (12), a Caesb anunciou que faria nas 13 regiões abastecidas pela bacia do Descoberto, mesmo estando autorizada a executar a restrição desde novembro.
Ao G1, Luduvice afirmou que o racionamento ainda não vai afetar regiões abastecidas pelo reservatório de Santa Maria porque ele ainda está com capacidade de 40%, o mínimo histórico para a região. Segundo a Caesb, os moradores da região central do DF, abastecidos pela bacia de Santa Maria, só vão sofrer redução da pressão neste primeiro momento.
“Na realidade, nós estamos também preocupados com o sistema todo de Santa Maria, que também está baixo. Não tão baixo quanto o Descoberto, mas também já preocupa. Então nós não estamos afastando a possibilidade de aplicar um sistema de racionamento nas regiões abastecidas por Santa Maria”, continuou Luduvice.
Segundo ele, mesmo se o racionamento tivesse começado já em novembro, a restrição não seria mais “leve”. “Na realidade o que fizemos foi: foi autorizado o racionamento a partir do momento em que atingir 20%. Ele atingiu, mas logo depois começou a subir. Naquela ocasião era de que a chuva viria, pelo efeito La Niña, acima da média. Infelizmente, elas não se concretizaram.”
Preparação
Com o esquema estruturado pela Caesb, o morador na região de racionamento vai ficar até dois dias (fora o dia específico do corte) sem receber água, que volta progressivamente nesse período. Segundo ele, o “religamento” não é feito de uma só vez porque pode colocar em risco a tubulação, moradores e técnicos da empresa. “É uma questão de segurança. Se vier expulsando o ar com muita força, a tubulação pode se romper e causar um acidente.”
Ao G1, ele adiantou que pode reforçar a equipe de técnicos nas ruas para reparar eventuais danos nas tubulações por causa do “liga e desliga” da água. Atualmente, a Caesb funciona com 22 duplas que trabalham nas ruas para fazer reparos. Um time de mais cem funcionários está à disposição da empresa se necessário, disse Luduvice.
Quem mora em regiões altas do DF vai sofrer mais com o racionamento porque a pressão da água demora a chegar até os imóveis. Por isso, quem mora nesses locais têm risco de ficar mais de um dia sem água, já contando com uma caixa d’água suficiente para um dia de consumo.
Segundo Luduvice, a recomendação é de que os consumidores não estoquem água. Isso porque pode aumentar o consumo pontualmente, em vez de forçar uma economia. “Não é porque uma pessoa que tem caixa d’água maior se dê o luxo de consumir mais. Tem que ser um esforço coletivo.” Outra sugestão é de que os moradores lavem as caixas d’água, que podem acumular resíduos no fundo.
Nível dos reservatórios nesta sexta
- Descoberto: 18,85%
- Santa Maria: 41,04%