Afirmando ser maquiadora, Valdete da Costa filho, 49 anos, se comunica de forma desconexa e afirma não conhecer ninguém que more no DF
Moradores de prédios próximos ao ponto de ônibus na QI 23, no Guará 2, fazem doações de comida e água a uma travesti que dorme no local há pelo menos cinco noites consecutivas. Desorientada e afirmando se chamar Valdete da Costa filho, 49 anos, a cabeleireira e maquiadora se comunica de forma desconexa e afirma não conhecer ninguém no DF.
Com dificuldade, a travesti comentou ter nascido em Belém, no Pará, mas deixou o estado em direção ao Rio de Janeiro, aos 17 anos. Ela não soube dizer, com detalhes, o que ocorreu nos últimos 20 anos. Apenas se recorda de ter chegado em Abadiânia (GO) de ônibus, sem qualquer tipo de documento.
Valdete relatou ter perdido a identidade, CPF e certidão de nascimento ainda no Rio de janeiro e não se lembra de como conseguiu viajar. “Quando cheguei em Goiás eu registrei uma ocorrência sobre a perda dos documentos para conseguir viajar até o DF. Passei por alguns abrigos”, disse.
Com malas de roupas, bolsas e sacolas, Valdete contou que quando a noite chega, estende um lençol e acomoda um travesseiro sobre um dos bancos da parada de ônibus. Com fome, sede e sem saber para onde ir, conta com a ajuda de moradores dos prédios vizinhos para alimentá-la.
Vulnerabilidade
De acordo com uma moradora do Guará, a presença de Valdete nos últimos cinco dias, sempre sentada à espera de alguém que nunca aparece, consternou quem costuma passar pelo local. “Em um período de vulnerabilidade social, em plena pandemia, precisamos ter consciência social e ajudar quem não tem onde morar nem o que comer. Enquanto ela estiver aqui iremos ajudar”, disse a moradora Maria de Jesus Alencar, 57 anos.
Quem conhecer a família de Valdete poderá entrar em contato com a Polícia Civil do DF (PCDF) por meio do 197.