Decisão ocorreu durante reunião da Comissão Executiva do partido. Processo foi instaurado na Comissão de Ética por conta da condenação do parlamentar pelo TSE, por abuso de poder econômico.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) expulsou, nesta quinta-feira (17), o deputado distrital José Gomes da legenda. O processo foi instaurado na Comissão de Ética, por conta da condenação do parlamentar pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso de poder econômico.
A decisão ocorreu durante reunião da Comissão Executiva (veja nota abaixo). Na tarde desta quinta, José Gomes ajuizou uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), solicitando o seu afastamento do partido.
Até a última atualização desta reportagem, o parlamentar não havia se manisfestado sobre a expulsão.
José Gomes é acusado de coagir funcionários da própria empresa, a Real JG Serviços Gerais, para votarem nele, nas eleições de 2018 (relembre abaixo). Além da condenação, o parlamentar também foi alvo de operações do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil, deflagradas nesta quarta-feira (16).
A ação faz parte de duas operações, chamadas de Cidade Livre e Alpha 19, que investigam, respectivamente, irregularidades na Administração Regional do Núcleo Bandeirante e o uso de comissionados da CLDF em uma empresa de José Gomes, além de prestação de declaração falsa à Casa.
Cassação de José Gomes
O deputado José Gomes chegou a perder o cargo de deputado distrital, em outubro passado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral do DF e cassou o mandato do parlamentar, por abuso de poder econômico.
Segundo denúncia do Ministério Público Eleitoral, José Gomes coagiu funcionários da empresa JG Serviços Gerais a votarem nele nas últimas eleições. O processo inclui áudios de discursos creditados ao gerente operacional da empresa, Douglas Ferreira Laet .
Em juízo, Laet reconheceu a autoria das falas. Em um áudio, ele falou em monitorar o voto dos funcionários para descobrir “traições”
“Então só pra deixar claro, eu já tenho o título de eleitor de vocês, sei a zona onde vão votar e sei quem vai trair ou não vai trair a Real, o senhor José Gomes. Sei quem vai dar tapinha nas costas e sei quem no dia não vai estar, porque se naquela zona tinha que votar dez e votou só nove, alguém ficou de fora, alguém que está com a gente”, disse na gravação.
Em 16 de outubro, a suplente de José Gomes, Luzia de Paula (PSB), chegou a assumir o mandato. No entanto, duas semanas depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli suspendeu os efeitos da decisão que determinou a cassação e o deputado reassumiu o posto.
O que diz o PSB
“O PSB-DF tem como importantes bandeiras a ética e a moralidade. Diante da confirmação da condenação do Deputado Distrital José Gomes pelo Tribunal Superior Eleitoral por ilícitos de natureza eleitoral, que prejudicaram a lisura das eleições de 2018, instaurou processo disciplinar interno para apuração de sanções cabíveis, pela violação de princípios programáticos e estatutários do partido.
Como não poderia deixar de ser, o processo disciplinar respeitou o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, tendo a Comissão de Ética se pronunciado pela aplicação da sanção de expulsão do parlamentar, em virtude da gravidade dos ilícitos praticados.
Em reunião realizada hoje, a Comissão Executiva do partido decidiu acolher o parecer da Comissão de Ética, e acatar o seu pedido de expulsão por entender que o respeito às regras do jogo, à legislação eleitoral, à liberdade do eleitor, são fundamentais para garantia do Estado Democrático de Direito, não sendo possível virar as costas a respeito de práticas dessa natureza.”
G1 DF