O número de jovens deprimidos cresce ano a ano. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a depressão é a segunda causa de morte entre jovens da faixa etária entre 15 e 29 anos. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades são afetadas pela depressão no mundo e, no Brasil, cerca de 12 milhões. O número daqueles que sofrem de transtornos como depressão e ansiedade também é considerável: 15% da população nesta mesma faixa etária sofrem deste tipo de doença.
Os sintomas e os tratamentos, principalmente, o que fazer para contornar o estado emocional termina criando problemas e expectativas dos pais ou responsáveis, que devem ficar atentos aos sinais que indicam o risco de suicídio em jovens com depressão: falar sobre morte, suicídio ou provocar ferimentos em si próprio; pânico ou ansiedade crônicos; insônia constante; alterações na personalidade ou aparência; alterações nos hábitos de sono ou alimentares; baixo rendimento escolar; distribuir objetos pessoais.
Sabemos que da adolescência somos todos sobreviventes. Uns mais, outros menos. Estudos e acompanhamentos sobre o assunto apontam que, mais importante que o primeiro passo ou a primeira palavra, é o momento em que o filho descobre o vazio. Mas saber lidar e escutar a dor de um filho, sem tentar calar com coisas o que não pode ser calado com nenhuma outra coisa, é um ato profundo de amor e acolhimento.
Essa talvez seja uma das maiores tarefas para os pais quando os filhos chegam à puberdade. Aquela fase do “nem criança nem adulto”, marca o início de uma série de transformações ameaçadoras. Em muitos casos serve como pano de fundo para esses indivíduos, em formação,enfrentarem uma doença que, até pouco tempo atrás, parecia coisa só de gente grande.
O problema não só existe como já é bem aparente no universo imaturo, ou seja, atinge um em cada cinco jovens entre 12 e 18 anos (faixa etária considerada como adolescência no Brasil). Há uma lista de motivos por trás desse panorama tão avassalador. Nesse universo, entram também questões sobre sexualidade, dificuldade em lidar com frustrações, bullings, além de pressão pela escolha da carreira e por um bom desempenho escolar. Gerando o ambiente familiar conflitivo, podendo levar a casos agravantes e extremos.
As formas e diagnósticos que foram aperfeiçoados para facilitar na identificação do quadro emocional e para ocorrer uma intervenção mais cedo possível, é a família buscar ajuda. O primeiro passo é procurar a experiência de um profissional capacitado, como um psiquiatra.Juntamente com o adolescente, os familiares e o médico podem chegar a uma decisão sobre o tratamento mais adequado para o jovem. Apenas um médico pode indicar o início do tratamento com medicamentos, como os antidepressivos.
No caso de suspeita que um adolescente está sofrendo de depressão, é possível ajudá-lo. No entanto, na maioria das vezes, os jovens não reconhecem que estão deprimidos. Eles podem relutar em assumir sentimentos de tristeza ou desesperança. Para alguém que deseja ajudar, é preciso carinho e intuição, bem como saber escutar.
Adel Bezerra
Jornalista – DRT 481/PB
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