Chefes de Exército, Marinha e Aeronáutica entregaram cargo após o presidente Bolsonaro demitir o ministro da Defesa, general Azevedo e Silva
Após articulações internas e uma série de reuniões, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica decidiram, nesta terça-feira (30/3), deixar os cargos.
Os titulares do Exército, general Edson Pujol; da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior; e da Aeronáutica, brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez, se reuniram com o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva para comunicar a decisão.
O substituto de Azevedo e Silva, general Walter Braga Netto, foi ao Ministério da Defesa para ser comunicado oficialmente dos pedidos de demissão dos comandantes.
A nomeação de Netto foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União, mas o militar ainda não tomou posse.
O alto comando das Forças Armadas discute lista tríplice para indicação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de possíveis nomes para os postos.
No Exército, 14 generais quatro estrelas são responsáveis pela escolha. Na Marinha, sete almirantes. Na Aeronáutica, sete brigadeiros do ar.
Troca na Defesa
Na segunda-feira (29/3), o Ministério da Defesa mudou de comando. Por decisão de Bolsonaro, sai o general Azevedo e Silva e entra um militar mais próximo ao presidente, o general Walter Braga Netto, que estava na Casa Civil.
Pressão
A relação do presidente da República com as Forças Armadas vive um momento de tensão. Pressionado politicamente, Bolsonaro tem se fechado cada vez mais em frases de efeito envolvendo os militares.
Com o desgaste do governo, o chefe do Executivo nacional tem exigido mais apoio público das Forças Armadas. Essa seria uma forma de angariar apreço popular.
O titular do Palácio do Planalto chegou a usar frases citando militares contra critérios de isolamento social impostos por governadores. A medida sanitária é uma das principais contra a propagação da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Veja a íntegra do comunicado do Ministério da Defesa:
Fonte: Metrópoles