Não se sabe ainda quem vai ocupar o cargo de presidente após o assassinato a tiro de Jovenel Moise.
O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, disse em uma declaração televisionada nesta quarta-feira (7) que ele decretou estado de emergência até que se decida quem vai assumir o poder no país após o assassinato do Jovenel Moise, morto em um ataque a tiros em sua casa, na capital Porto Príncipe.
“Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e para proteger a nação”, disse Joseph, o primeiro-ministro interino.
Ele disse também que a polícia e o exército controlaram a situação no local do tiroteio.
Ainda não é claro quem vai ocupar o cargo de presidente.
Moise, o presidente assassinado, tinha dito que iria nomear um novo-primeiro ministro nesta semana, mas ainda não houve a publicação oficial do nome .
Pela Constituição do país, haveria um outro candidato ao cargo: o presidente da Suprema Corte do país. No entanto, o último morreu de Covid-19 no mês passado e ainda não foi substituído.
O primeiro-ministro interino pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) um encontro do Conselho de Segurança sobre a situação no Haiti assim que possível.
Joseph também pediu para que a “comunidade internacional inicie uma investigação sobre o assassinato”.
Crise política
Moise dissolveu o Parlamento e governava por decreto há mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.
A oposição o acusava de tentar aumentar seu poder, inclusive com um decreto que limitava os poderes de um tribunal que fiscaliza contratos governamentais e outro que criava uma agência de inteligência que respondia apenas ao presidente.
Ele dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.
Em fevereiro, autoridades do país disseram ter frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que também seria alvo de um atentado malsucedido.
Mais de 20 pessoas foram presas na ocasião, inclusive um juiz federal do Tribunal de Cassação e a inspetora-geral da Polícia Nacional. (G1)