terça-feira, 25/02/25
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Crônica de despedida: Seu Cezar, o homem das grandes paixões

Divulgação

 

Miguel Lucena

Há pessoas que, mesmo ao partir, deixam marcas tão vivas que é impossível não sentir sua presença em cada lembrança. Mário Cezar Lopes, ou simplesmente Seu Cezar, aos 78 anos, encerrou sua trajetória nesta terra, mas não sem antes escrever uma história feita de afeto, trabalho e paixões genuínas.

Pai do meu amigo Cezinha, chefe de gabinete do deputado Robério Negreiros, Seu Cezar não era daqueles que se aposentam da vida. Até seus últimos dias, circulava ativo pelos corredores da Esplanada dos Ministérios, onde deixou não só colegas, mas verdadeiros amigos. O câncer, traiçoeiro e silencioso, chegou sem convite, interrompendo sua rotina, mas não apagando o brilho da pessoa que foi.

Torcedor fanático do Fluminense — meu time, diga-se de passagem — ele carregava as cores do tricolor carioca no peito, com aquele misto de esperança e teimosia que só quem ama o futebol entende. E, como todo bom brasileiro, não resistia a uma fezinha no jogo do bicho. Dizem que sorte é para quem acredita nela, e Seu Cezar acreditava. Prova disso foi o dia em que acertou o milhar e embolsou R$ 80 mil, daqueles casos que viram lenda entre amigos.

No Guará, onde construiu boa parte de sua vida, e em todo o Distrito Federal, era conhecido não só pelo sorriso fácil, mas pela generosidade. Amigo do amigo, conselheiro de muitos, sempre tinha um “bom dia” sincero ou uma piada para quebrar o gelo. Sua presença fazia falta mesmo antes da partida, como acontece com aqueles que têm o dom raro de se fazerem necessários.

A notícia de sua despedida me chegou pelas palavras do amigo comum, Alex Traback, e, desde então, o dia ficou um pouco mais cinza. Hoje, entre as 14h30 e 17h, no Campo da Esperança, Asa Sul, será o último adeus. Não é fácil dizer adeus a alguém como Seu Cezar. Mas, talvez, ele prefira que, em vez de lágrimas, levemos conosco as lembranças dos bons momentos — as risadas, as histórias de futebol, as vitórias inesperadas e o carinho que deixou em cada encontro.

Descanse em paz, Seu Cezar. Por aqui, o Fluminense ganhou mais um torcedor especial lá do céu.

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