Mãe da criança afirmou que era uma arma de brinquedo. Caso ocorreu na sexta-feira (8/4) em escola do Lago Sul
Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
Uma criança de 10 anos acabou provocando um alvoroço em sala de aula ao levar uma arma falsa para a escola que frequenta, no Lago Sul. O caso, que aconteceu no Colégio Everest na última sexta-feira (8/4), chegou ao conhecimento dos pais após diversas alunos verem o amigo com a pistola de pressão na mão. A réplica, utilizada para a prática de airsoft, foi confiscada por um bedel da unidade de ensino, e o assunto virou caso de polícia.
Segundo a mãe de uma das crianças, que preferiu não se identificar, o filho chegou em casa relatando que um dos colegas de sala havia levado uma arma para a escola e apontado para alguns alunos.
“Ficamos muito assustados. É inadmissível que uma coisa como esta aconteça. No grupo dos pais, alguns compartilharam que as crianças chegaram em casa contando o momento de terror. As crianças afirmaram que tinham visto uma arma de verdade. Imediatamente procuramos um posicionamento da escola”, comenta.
No sábado (9/4), o assunto estourou no grupos de pais e responsáveis dos alunos do 5º ano no WhatsApp. Em defesa, a mãe da criança que levou a arma afirmou que o objeto era de plástico e tratava-se de uma arma nerf (pistola d’água). Em seguida, mandou vídeo do brinquedo levado pelo filho, mas apagou para não “expor ainda mais”.
Não convencidos, os responsáveis decidiram solicitar uma reunião com a diretoria da instituição, na manhã desta segunda-feira (11/4). Aos pais a escola confirmou que tratava-se de uma arma airsoft, que foi apreendida pela escola, e afirmou que a criança será acompanhada por um programa socioemocional do colégio.
Um dos pais afirmou que vai registrar boletim de ocorrência na delegacia virtual da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Facada e ameaça com arma
Em março, quatro casos graves de violência na porta das escolas em menos de uma semana assustou o DF. No período, dois alunos ficaram feridos a facadas: uma estudante teve arma apontada para a cabeça e dois garotos entraram em luta corporal.
Durante uma briga em frente ao Centro Educacional São Francisco, o CED Chicão, em São Sebastião, uma jovem apontou uma arma para a cabeça de uma estudante. Caso ocorreu em 22 de março. A confusão, registrada por celulares, viralizou nas redes sociais.
Um dia depois, uma adolescente de 14 anos precisou ser socorrida ao hospital após ser atacada por um colega do Colégio Fundamental do Bosque, em São Sebastião. A garota teve quatro perfurações de faca nas costas e uma no braço esquerdo. Segundo a PM, o autor é outro adolescente, de 15 anos, sem passagens pela polícia.
No mesmo dia, o diretor da escola Centro de Ensino Fundamental 8 (CEF 8), de Taguatinga, precisou separar uma briga entre estudantes. A confusão foi gravada por outros alunos. As imagens mostram dois deles trocando socos e chutes. De repente, o diretor da unidade de ensino aparece e os separa.
O que diz a escola
Em nota, o Colégio Everest informou que o aluno portava arma airsoft. A instituição esclareceu que a criança foi advertida e o objeto recolhido. Além disso, a escola destacou que nenhum aluno teve a integridade física ameaçada, uma vez que a arma estava sem munição.
“Na sexta-feira, 8/4, foi identificado que um aluno portava uma arma de airsoft. Tão logo a coordenação foi informada do fato, o objeto foi recolhido, e o aluno advertido de que não toleramos a presença de qualquer objeto desta natureza no ambiente escolar. O objeto foi devolvido ao aluno somente quando a família chegou ao colégio para buscá-lo ao final da aula. A família do aluno compareceu ao colégio na primeira hora desta segunda-feira para ser ouvida e novamente informada de que não é permitido o porte de objetos de natureza violenta no colégio.
Destacamos que o objeto não continha munição e que, em nenhum momento, a integridade física dos alunos foi ameaçada. Dentro de nossa missão formativa, o assunto foi retomado pela coordenação em sala de aula, desmistificando qualquer dúvida dos alunos sobre o tema. Será feito também um trabalho formativo pelas equipes de psicologia e de formação integral sobre a violência e suas consequências. Ainda, será enviado hoje um novo comunicado às famílias, reforçando a proibição de qualquer ato como esse”.