Previsão é que as crianças voltem às aulas somente depois do Carnaval. Colaboradores dizem ter sido pegos de surpresa
Hugo Barreto/Reprodução
Cerca de 230 crianças das creches Ipê Branco e Instituto Paz e Vida, ambas em Ceilândia, estão sem aulas desde o dia 14 de fevereiro, data do início do ano letivo no DF. Isso porque as duas entidades foram fechadas após o encerramento da parceira do Governo do Distrito Federal (GDF) com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Instituto Paz e Vida, responsável por administrar os locais.
Além das crianças, com idade entre 3 meses a 3 anos e 11 meses, 66 colaboradores foram dispensados. De acordo com os profissionais, ele foram pegos de surpresa com a decisão. “Recebemos a notícia segunda, dia 14, sendo que o contrato tinha encerrado dia 8, segundo o ofício da Secretaria de Educação. Porém, fomos todos pegos de surpresa: mantenedor, funcionários e pais”, diz uma das professoras, que preferiu não se identificar.
Uma eventual não recontratação também preocupa os profissionais. “Estamos de mãos atadas, pois, até o momento, não assinamos aviso e, por parte do governo, não assegura o funcionário a continuar, independentemente da empresa que vai atuar”, conta a colaboradora.
Segundo apurado, uma nova entidade já foi escolhida pelo GDF para gerir os espaços. “Os pais foram informados que as aulas retornaram depois do Carnaval com a nova mantenedora”, diz a antiga professora.
“Estamos sem um norte, tanto por parte da empresa quanto pelo governo, que não pensou em nós, funcionários, pois não sabemos se a nova empresa irá nos convocar para darmos continuidade em nossos trabalhos”, lamenta a funcionária.
“Desde então, os trabalhadores foram liberados sem assinar o aviso, e não sabemos como ficarão os pagamentos das multas rescisórias. Essa é uma das preocupações”, revela uma segunda colaboradora.
Outro lado
Procurada pela reportagem, o Instituto Paz e Vida esclareceu que a não renovação do acordo é um processo comum. “O contrato junto à Secretaria de Educação não foi renovado e, com isso, foi fechado para outra instituição assumir. Como trata-se de uma parceria, fica a critério da secretaria renovar ou não”, explica a OSC.
Já o processo de rescisões encontra-se em andamento. “O instituo está providenciando os fins devidos fins rescisórios dos colaborados que ainda tem fim empregatício junto a com a contabilidade”, conta.
Em nota, a Secretaria de Educação explicou que o CEPI Ipê Branco não foi fechado. “As 162 crianças continuarão a ser o atendidas no próprio local, a partir de 3 de março. Uma nova Organização da Sociedade Civil (OSC) firmou termo aditivo com a Secretaria de Educação para gerir a unidade. O espaço também está passando por revitalização na estrutura”, disse o comunicado.
Já sobre a creche no P Sul, as crianças passarão a serem atendidas pelo cartão-creche. “Ainda estão nos trâmites para resolver a liberação do cartão”, complementa a pasta. (Metrópoles)